
Umaro Embaló falava hoje aos jornalistas no final de uma audiência que concedeu aos candidatos à liderança do Partido da Renovação Social (PRS), que suspendeu os preparativos do seu congresso, que deveria realizar-se este mês, devido ao estado de calamidade sanitária em vigor.
O Presidente guineense disse que tem escutado os apelos de diferentes franjas da população, no sentido de mandar suspender as medidas decretadas pelo Governo, nomeadamente a proibição de circulação das pessoas, o fecho dos mercados e locais de culto.
"Há um surto grande desta terceira vaga (da pandemia), todos os dias há gente a morrer. A população tem de compreender que a posição do Governo é para o seu bem. Há coisas que mesmo estando de acordo ou não, há um fórum próprio para fazer o meu pronunciamento, mas há separação de poderes", sublinhou Embaló.
O líder guineense disse que para já o decreto do Governo, que instituiu o recolher obrigatório das 20:00 às 05:00, vai prevalecer e uma avaliação da situação será feita no dia 11 entre todas as autoridades do país.
"Vamos ver se até ao fim deste decreto do Governo vamos conseguir baixar o nível de infeção", afirmou Umaro Sissoco Embaló, salientando que a situação é grave e que deve ser entendida por todos.
O chefe de Estado disse que a casa mortuária do hospital Simão Mendes, em Bissau, "está cheia" e pediu aos jornalistas para que ajudassem a sensibilizar a população sobre os perigos que a covid-19 representa.
"Eu mesmo, enquanto Presidente da República, quase morri. Apanhei o coronavírus e tive de ser transferido imediatamente para fora do país, imagina se apanha alguém que não pode sair", observou o líder guineense.
A Guiné-Bissau regista um total de 119 óbitos e 5.799 infetados desde o início da pandemia.
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