"Hoje, o combatente, o nosso colega, é também o deslocado de guerra [em Cabo Delgado] e vive sem recursos para sobrevivência da sua família", declarou Filipe Nyusi, também presidente do partido no poder em Moçambique (Frelimo), durante a 3.ª sessão ordinária da Associação de Antigos Combatentes de Luta de Libertação Nacional, um braço daquela força política.

Para Filipe Nyusi, é inadmissível que os combatentes da luta de libertação voltem a reviver a experiência de um conflito armado, após anos de luta contra a opressão do regime colonial português.

"Camaradas, o combatente não pode voltar a viver o passado triste do qual ele se vingou lutando contra o colonialismo", frisou Filipe Nyusi.

Grupos armados aterrorizam Cabo Delgado desde 2017, com alguns ataques reclamados pelo grupo 'jihadista' Estado Islâmico, numa onda de violência que já provocou mais de 2.500 mortes, segundo o projeto de registo de conflitos ACLED, e 714.000 deslocados, de acordo com o Governo moçambicano.

A mais recente incursão destes grupos ocorreu em 24 de março em Palma, a quase seis quilómetros do projeto de gás em construção, tendo provocado dezenas de mortos e feridos, sem balanço oficial anunciado.

As autoridades moçambicanas anunciaram controlar a vila, mas o ataque levou a petrolífera Total a abandonar o recinto do empreendimento que tinha início de produção previsto para 2024 e no qual estão ancoradas muitas das expectativas de crescimento económico de Moçambique na próxima década.

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