
"Duas pessoas com t-shirts da candidatura de Lú-Olo entraram na sede do Congresso Nacional para a Reconstrução de Timor-Leste (CNRT) no Bairro dos Grilos e tentaram a causar problemas. Foram detidas e levadas para a esquadra mais próxima", disse à Lusa Henrique da Costa, comandante de Díli da PNTL.
"Os dois suspeitos, as motas e demais provas estão na polícia. Não se registaram feridos e a investigação vai agora decorrer", explicou.
José Ramos-Horta disse à Lusa que os dois elementos "aparentam ser elementos da Fretilin" (Frente Revolucionária de Timor-Leste Independente), afirmando que não há ainda qualquer explicação para o incidente.
O ex-Presidente apelou à calma e tranquilidade, e para que todos "mantenham a serenidade", depois do incidente que ocorreu no último dia de campanha para as eleições de sábado.
Mari Alkatiri, secretário-geral da Fretilin, disse à Lusa que já denunciou o incidente, que considerou "inaceitável", vincando que importa saber se são mesmo elementos da Fretilin ou não.
"Também estamos a investigar. Eles foram detidos. Este tipo de coisas não é a nossa prática e, por isso mesmo, pode ser algum maquiavelismo", afirmou à Lusa.
Alkatiri apelou hoje aos seus apoiantes para que não reajam a qualquer provocação.
Henrique da Costa disse que se registou hoje um outro incidente, envolvendo dois grupos de apoiantes do mesmo candidato, Lú-Olo, que se envolveram em confrontos entre si, acabando por ser detidos, "pediram desculpa" e voltaram para casa.
Durante os últimos dois dias a PNTL tem estado em força nas ruas da capital, dado coincidirem em Díli vários comícios de campanha de vários candidatos.
Grande parte da ação foi verificar se os apoiantes -- que se juntam em colunas de motas, carros e camiões -- cumpriam as regras de condução.
"No dia de ontem confiscamos 112 motas de condutores que não estavam a cumprir as regras. As motas estão na esquadra, vão ser emitidas multas e depois de as pagarem podem levantar as motas", disse.
"Hoje confiscamos 147 motas de apoiantes de três candidatos", disse.
A campanha decorreu praticamente sem incidentes, com as autoridades eleitorais a referir haver zero casos de violência política, atribuindo a desavenças pessoais casos que ocorreram em Baucau, que causaram um morto, num incidente, e a destruição de propriedade privada e vários feridos noutro.
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