
"Para reduzir a vulnerabilidade climática do país, as organizações membros da plataforma recomendam que o Governo de Moçambique aloque uma verba significativa do orçamento geral do Estado para atividades coordenadas de mitigação e adaptação", refere a entidade num comunicado enviado à imprensa.
No documento, 19 organizações expuseram o seu posicionamento sobre a crise climática planetária, a propósito da 26.ª Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (COP26), que se realiza em Glasgow, na Escócia.
Mais de 120 líderes políticos e milhares de especialistas, ativistas e decisores públicos reúnem-se até 12 de novembro, para atualizar os contributos dos países para a redução das emissões de gases com efeito de estufa até 2030.
Segundo as organizações, as atividades implementadas em Moçambique visando responder aos desastres naturais "são financiadas por atores externos" e, por isso, a maior parte destas "não são cabalmente implementadas porque carecem de mais financiamento".
Com isso, avançou a plataforma, fica "evidente que o orçamento geral do Estado ainda não financia atividades de mitigação e adaptação às mudanças climáticas em Moçambique", referiu.
No documento, a plataforma recomenda ainda que se realizem atividades de prestação de contas dos fundos aplicados no plano de adaptação às mudanças climáticas, além de garantir a descentralização de fundos para os distritos e dotar os órgãos de capacidade de resposta aos eventos climáticos e outras emergências.
De acordo com as 19 organizações assinantes, a realização de debates e reflexões sobre as mudanças climáticas "ainda não atingiu níveis aceitáveis e satisfatórios", considerando que o facto concorre para uma "fraca" mobilização e coordenação e para um "sistema deficiente de partilha de informação".
As "mudanças climáticas merecem um debate profundo entre todos os distintos atores, desde a sociedade civil, governo, academia e setor privado", concluiu.
Embora com baixos níveis de poluição, Moçambique, com uma costa de cerca de 2.700 quilómetros, está entre os países mais vulneráveis às mudanças climáticas, enfrentando ciclicamente cheias e ciclones tropicais.
LYN (EYAC) // PJA
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