Trata-se de personalidades da sociedade civil dos dois países que assinaram uma petição divulgada hoje publicamente em que apelam à "contenção da escalada" e a uma reposta aos que defendem "a confrontação" e "o ódio", para "melhor consolidar os pilares da fraternidade, da cooperação, e para contribuir para a construção de um futuro" a que todos aspiram.
Este grupo de intelectuais, académicos e artistas (na maioria marroquinos) diz recusar "a situação atual, que poderia levar a um confronto contranatura (...) e contrário aos interesses dos dois povos e da região".
A Argélia cortou as relações diplomáticas com Marrocos em 24 de agosto, com acusações de "ações hostis" a Rabat.
Ao anunciar a decisão, o ministro dos Negócios Estrangeiros argelino, Ramtane Lamamra, afirmou que "a história mostrou que o reino de Marrocos nunca parou de realizar ações hostis para com a Argélia".
Lamamra denunciou "atos de espionagem sistemática", numa referência a alegações de que os serviços de segurança do reino utilizaram o 'spyware' Pegasus israelita contra os seus funcionários e cidadãos, segundo a agência noticiosa oficial APS.
As autoridades argelinas também acusaram Marrocos de envolvimento nos incêndios mortíferos que devastaram o Norte da Argélia nas últimas semanas e provocaram 75 mortos.
Marrocos lamentou o corte de relações diplomáticas e considerou a decisão de Argel como "completamente injustificada, embora esperada".
"Marrocos rejeita categoricamente os pretextos falaciosos, até mesmo absurdos, que lhe estão subjacentes", afirmou o Ministério dos Negócios Estrangeiros marroquino, num comunicado citado pela agência Associated Press no dia 25 de agosto.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros marroquino disse que a medida era esperada, "tendo em conta a lógica de escalada observada nas últimas semanas".
"Pela sua parte, o reino de Marrocos continuará a ser um parceiro credível e leal para o povo argelino e continuará a agir, com sabedoria e responsabilidade, para o desenvolvimento de relações intermagrebinas saudáveis e frutuosas", lia-se ainda no comunicado.
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