O Governo da China defendeu hoje a aproximação de um caça chinês a uma aeronave militar japonesa em águas internacionais, no mar da Leste da China, garantindo que a manobra foi "legítima, razoável [e] profissional".

O incidente ocorreu na quarta-feira, quando um caça-bombardeiro chinês JH-7 se aproximou de uma aeronave de inteligência eletrónica japonesa YS-11EB a uma distância considerada insegura pelas autoridades japonesas, que apresentaram um protesto formal a Pequim sobre a manobra.

O porta-voz do Ministério da Defesa chinês, coronel Jiang Bin, afirmou que as aeronaves de reconhecimento japonesas entraram na Zona de Identificação de Defesa Aérea do mar do leste da China em "múltiplas ocasiões" para realizar "reconhecimento de aproximação".

Esta zona aérea - que inclui as ilhas Senkaku, administradas por Tóquio, mas reivindicadas por Pequim sob o nome de Diaoyu - foi anunciada unilateralmente pela China em 2013 e não é reconhecida pelos vizinhos Japão e Coreia do Sul.

"As aeronaves militares chinesas, em conformidade com a lei, realizaram verificações de identificação, rastreio e vigilância, e todas as ações correspondentes foram completamente legítimas, razoáveis, profissionais e em conformidade com os regulamentos", afirmou Jiang Bin.

O porta-voz realçou que tais atividades de "aproximação e interferência" por parte de navios e aeronaves japonesas "são a causa raiz dos riscos para a segurança aérea e marítima entre a China e o Japão".

"Esperamos que o lado japonês avance na mesma direção que a China e crie um ambiente favorável ao desenvolvimento estável das relações bilaterais", disse Jiang, em declarações citadas pela televisão estatal chinesa CCTV.

No início de junho, ocorreu um incidente semelhante em águas internacionais no Pacífico, quando um caça chinês J-15, armado com mísseis, ao levantar voo do porta-aviões Shandong, chegou a estar a apenas 45 metros de um avião militar japonês.

De acordo com o Ministério da Defesa japonês, a aeronave de patrulha marítima P-3C da Força de Autodefesa Marítima procedia a uma operação de vigilância sobre o Oceano Pacífico.

O Governo japonês expressou "grave preocupação" à China com este incidente e exigiu que sejam tomadas medidas para evitar que se repita.

Também em junho, o Japão manifestou preocupação com o aumento das manobras militares chinesas perto do seu território, levando-o a divulgar, de forma pouco habitual, informação detalhada sobre essas atividades.

Os dois porta-aviões da Marinha chinesa, o Shandong e o Liaoning, "realizaram cerca de mil aterragens de aviões de combate" entre o final de maio e meados de junho, revelou o ministro japonês da Defesa.

Gen Nakatani explicou que um dos navios se aproximou das ilhas de Iwojima e Santon e efetuou mais de 100 descolagens e aterragens de aviões na zona económica exclusiva japonesa perto de Okinotori, a ilha mais a sul do Japão.