Segundo o porta-voz do Exército do Sudão do Sul, Lul Ruai Koang, 72 civis e 55 militares morreram nos confrontos que eclodiram no sábado.

Os confrontos tiveram início na cidade de Tonj, estado de Warrap, na zona ocidental do país, quando uma disputa entre militares e civis resultou na morte de dois jovens, criando um surto de violência na região.

No sábado, a violência provocou 20 mortos, tendo continuado no domingo, até à chegada de reforços das forças de segurança, que continuaram as operações de desarmamento.

No entanto, os confrontos acabaram por recomeçar.

O porta-voz do secretário-geral das Nações Unidas, Stephane Dujarric, afirmou que uma patrulha da ONU está a dirigir-se para a região para analisar a situação de insegurança.

As Nações Unidas apelaram a todos os envolvidos a "pousarem as suas armas e a ajudarem a restaurar a calma pelo bem das suas comunidades".

De acordo com Dujarric, a missão pretende juntar líderes políticos e comunitários e apoiar os esforços para uma reconciliação local.

Muitos dos civis de Tonj têm armas para proteger o seu gado de assaltos à mão armada por parte de comunidades vizinhas, assim como para proteger as suas famílias, argumentando que as autoridades não garantem a segurança necessária.

Um aumento dos roubos e ataques armados na região levou as forças de segurança a iniciarem uma campanha de apreensão de armas.

No final de maio, cerca de 250 pessoas foram mortas e 300 ficaram feridas em confrontos entre duas tribos no estado de Jonglei, no nordeste do Sudão do Sul, segundo o porta-voz da principal força armada da oposição, o ministro das Águas, Manawa Peter Garkouth.

A alta comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, disse então que houve uma série de massacres em 28 aldeias de Jonglei, das quais resultaram centenas de mortos e feridos, assim como milhares de deslocados.

O Sudão do Sul, com maioria de população cristã, obteve a sua independência ao separar-se do Norte árabe e muçulmano em 2011. No entanto, a partir do final de 2013, o país entrou num conflito civil, provocado pela rivalidade entre o Presidente, Salva Kiir, e o seu então vice-presidente, Riek Machar.

As partes formaram um Governo de unidade nacional em 2016, que caiu poucos meses após a criação devido a um reinício da violência, tendo essa sido a primeira tentativa de pacificação do jovem país africano.

Em fevereiro, Kiir e Machar oficializaram uma reconciliação, estabelecendo um Governo conjunto.

JYO // SR

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