As aldeias de Samboko, Tchani-Tchani e Kapoka foram atacadas "pelas ADF" (na sigla em inglês), que mataram "12 pessoas com facas" e raptaram um número de pessoas ainda por apurar, indicou hoje Donat Kibwana, administrador do território Beni, na província oriental do Norte do Kivu, em declarações à agência France Presse.

"Dez reféns foram recuperados na sequência de um contra-ataque do exército", informou, por outro lado, Mathe Kwirathwiwe, um líder da sociedade civil em Samboko, que disse terem sido mortas 15 pessoas, incluindo um soldado do exército congolês.

As três aldeias atacadas estão localizadas numa área remota, Beni-Mbau, no extremo norte do Norte do Kivu, na fronteira com a província vizinha de Ituri.

Numa declaração publicada num 'site' de propaganda, o grupo Estado Islâmico (EI) reivindicou a responsabilidade por dois ataques a "dois postos do exército congolês" em aldeias da região de Ruenzori, sudeste de Beni. O EI afirma ter matado três soldados congoleses.

As ADF foram formadas inicialmente por rebeldes muçulmanos ugandeses a operar no leste da RDCongo desde 1995, que se opõem ao regime de Yoweri Museveni no Uganda. Em 11 de março último, os Estados Unidos colocaram este grupo armado na lista dos "grupos terroristas" filiados ao grupo Estado islâmico.

As ADF são acusadas pela morte de mais de um milhar de civis desde outubro de 2014 na região de Beni e arredores.

Os combatentes das ADF são considerados atualmente os mais violentos entre os cerca de cem grupos armados ativos no leste da RDCongo. Os seus ataques têm flagelado igualmente os territórios vizinhos de Irumu e Mambasa, na província de Ituri.

Desde o início de 2021, mais de 25 aldeias foram atacadas e mais de 200 pessoas foram mortas, segundo o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR).

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