A Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), principal partido da oposição, e o Movimento Democrático de Moçambique (MDM), terceiro partido, divergiram em relação à forma como o executivo está a lidar com a crise pandémica, na reação às informações que o Governo prestou durante dois dias na Assembleia da República.

"A maior preocupação do Governo da Frelimo no combate à pandemia de covid-19 tem sido proteger o bem maior de todos os direitos humanos: salvar vidas", declarou Caifadine Manasse, deputado da bancada parlamentar da Frelimo e porta-voz do partido.

Caifadine Manasse apontou a imposição do recolher obrigatório na região metropolitana do grande Maputo como a expressão da relevância que o executivo dá à saúde pública e à vida.

"Se o Governo decretasse um confinamento geral, seria acusado de querer matar o povo à fome, agora que impôs um recolher obrigatório na região metropolitana de Maputo, é acusado de violar os direitos humanos", enfatizou.

Sobre a gestão dos recursos destinados à covid-19, o deputado considerou que o executivo tem agido com transparência e pragmatismo face às exigências impostas pela pandemia.

Já a bancada parlamentar da Renamo acusou o Governo de aproveitar o dinheiro canalizado ao combate à pandemia para proporcionar negócios à elite ligada à Frelimo.

"O rastreio aos donos das empresas a que foram adjudicadas as obras e a prestação de bens e serviços, por via de ajuste direto, leva aos mesmos de sempre, à elite do partido no poder", observou Venâncio Mondlane.

Mondlane acusou o executivo de ter permitido a "cartelização dos negócios da covid-19", porque favoreceu, supostamente, um pequeno grupo de empresas.

Por seu turno, o MDM acusou o executivo de falta de sensibilidade social e de ignorar as necessidades de financiamento das micro, pequenas e médias empresas afetadas pela covid-19.

"Não há apoios nenhuns para as famílias duramente atingidas pela pandemia e não há estratégia nenhuma para salvar as micro, pequenas e médias empresas", declarou Fernando Bismarque, deputado e porta-voz do MDM.

Moçambique tem um total acumulado de 711 mortes e 63.645 casos, dos quais 76% recuperados e 166 internados (a maioria em Maputo).

A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.621.295 mortos no mundo, resultantes de mais de 117,9 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

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