O Partido do Centro, que tradicionalmente tinha sido contra a adesão da Finlândia à NATO, realizou uma votação sobre a política de segurança do país, através da qual o conselho do partido autorizou um pedido de adesão à Aliança Atlântica.

"Se o governo acredita que o passo e o momento são certos, então eu, como presidente do Partido do Centro, com o seu apoio, estou pronto para definir o caminho para a entrada da Finlândia na aliança de defesa da NATO", assegurou a presidente do partido, Annika Saarikko.

A primeira-ministra da Finlândia, Sanna Marin, não comentou a posição do Partido do Centro, mas deixou claro que a decisão sobre a adesão à NATO "deve ser tomada em breve".

No sábado, ela disse que, como a situação de segurança pode piorar, a decisão deve ser tomada nesta primavera, ou seja, em meados de junho.

Uma cimeira da NATO está agendada para 29 e 30 de junho, em Madrid.

A Finlândia, embora não seja membro da NATO, é um país parceiro próximo da Aliança Atlântica e membro da União Europeia.

Nas últimas semanas, as sondagens revelaram um aumento substancial de posições favoráveis a uma adesão à NATO por parte dos finlandeses, na sequência da invasão russa da Ucrânia, com quase 60% da população a desejar essa opção, duplicando o valor anterior.

O Governo finlandês deve divulgar esta semana um relatório sobre a nova situação de segurança neste país nórdico, após o início da guerra na Ucrânia.

O relatório promete ser o prelúdio de um debate nacional e parlamentar neste país de 5,5 milhões de habitantes, que compartilha uma fronteira de 1.340 quilómetros com a Rússia.

A Finlândia já anunciou um aumento de 40% do seu orçamento de Defesa até 2026, com o objetivo de aumentar os gastos militares em dois mil milhões de euros por ano.

A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que matou pelo menos 1.626 civis, incluindo 132 crianças, e feriu 2.267, entre os quais 197 menores, segundo os mais recentes dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real de vítimas civis ser muito maior.

A guerra já causou um número indeterminado de baixas militares e a fuga de mais de 11 milhões de pessoas, das quais 4,3 milhões para os países vizinhos.

Esta é a pior crise de refugiados na Europa desde a II Guerra Mundial (1939-1945) e as Nações Unidas calculam que cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária.

A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.

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