"O Paquistão não está agora em condições de aceitar mais refugiados", disse Moeed Yusuf, numa conferência de imprensa realizada na capital paquistanesa.

Yusuf salientou que o Paquistão já alberga mais de três milhões de refugiados afegãos, que fugiram da guerra e da violência no Afeganistão nas últimas décadas.

O conselheiro realçou que o Paquistão está a tentar fazer o possível para ajudar os afegãos, defendendo, nesse sentido, que devem aumentar os esforços internacionais para que se evite uma crise humanitária.

Para tal, pediu à comunidade internacional que não repita o erro de abandonar o Afeganistão e alertou que o grupo 'jihadista' autoproclamado Estado Islâmico (EI) e outras organizações, incluindo os talibãs paquistaneses, que procuraram refúgio junto à fronteira, podem explorar a situação.

"Não é preciso pensar muito para saber o que vai acontecer. Haverá um vazio de segurança. Já se sabe que o [grupo] EI está lá presente, os talibãs paquistaneses estão lá, a Al-Qaida está lá", frisou Yusuf, lembrando que todas essas organizações são "inimigas juradas" do Paquistão.

"Se o Afeganistão se desestabilizar, o efeito de contágio chega ao Paquistão", avisou Yusuf, que pediu também à comunidade internacional que se envolva "de forma construtiva" com os talibãs em prol da paz e da estabilidade na região.

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