A estrutura regional do partido Pessoas-Animais-Natureza (PAN) lamenta que faltem propostas "inovadoras e corajosas" no âmbito da agricultura biológica no Orçamento da Região para 2025.

Em comunicado, Manuel Temtem, do PAN-Madeira afirma que "devíamos estar a apostar no futuro e na sustentabilidade, garantindo investimento na formação dos agricultores para práticas de agricultura biológica, regenerativa e biodinâmica". Acrescenta que "temos uma Escola Agrícola que não pode ser um edifício fechado mas um espaço aberto à inovação, à aprendizagem e à readaptação da nossa agricultura a pensar no futuro. Em vez de cursos de aplicação de fitofármacos, facilitar a aplicação de outro tipo de produtos. É preciso mobilizar, incentivar e garantir práticas que não coloquem em causa o nosso ecossistema e que nos preparem para os desafios futuros", podemos ler na nota enviada esta tarde.

O programa de governo demonstra a visão estratégica do partido eleito, e não vemos estratégia no que diz respeito a garantir produções adequadas e eficazes aos nossos terrenos, aos recursos humanos que temos disponíveis e adaptados às alterações climáticas. Esta sempre foi a visão do PAN e que levamos sempre em diante no âmbito das negociações realizadas nas anteriores legislaturas. Desta vez sem o PAN, a agricultura biológica parece ter ficado para trás. Manuel Temtem, PAN-Madeira

Ainda no que toca à formação, o partido refere ainda que "apesar da Universidade da Madeira ter um curso de agricultura biológica, o mesmo é pago e de longa-duração, dificultando o acesso aos nossos agricultores", razão pela qual propõe que, além de facilitar o acesso através de parcerias com a Escola Agrícola, seria fundamental incluir um módulo sobre agricultura biológica.

O PAN-Madeira espera, por isso, que essas "lacunas" sejam corrigidas no parlamento madeirense.

"Não basta no documento inserir o termo «Orçamento Verde», quando na verdade as medidas «verdes» apenas representam 13% do orçamento, e a maioria delas são de continuidade ou no âmbito dos fundos europeus e das diretrizes europeias. A agricultura aparece neste orçamento sempre aliada ou à criação animal ou ao desenvolvimento rural e turismo. Não basta subsidiar os agricultores com base nos prejuízos, é fundamental garantir medidas a longo-prazo que não só lhes deem retribuições justas pelo seu trabalho mas que valorizem os seus produtos", conclui Manuel Temtem.