No início da sua intervenção na primeira ronda do debate parlamentar com o primeiro-ministro sobre política geral, a deputada única do PAN mostrou um "relógio do clima" elaborado pelos estudantes da Associação Académica de Coimbra.

Inês Sousa Real apontou que este relógio digital com números vermelhos recorda que há "apenas seis anos, 295 dias e pouco mais horas para combater e travar os efeitos nefastos da crise climática", salientando que "não há tempo a perder".

E criticou que o país se encontra "numa rota em que se continua a apostar nos combustíveis fósseis", enquanto "medidas fundamentais, como o vale eficiência, têm apenas uma execução de 11%", ou "já se gastou mais 700 milhões de euros nas medidas para a redução dos preços em combustíveis fósseis do que dá o PRR para garantir a eficiência energética nas habitações".

A deputada e porta-voz do PAN lamentou também que "a estratégia nacional de longo prazo para combate à pobreza, 2021-2050, documento que esteve em consulta pública até maio do ano passado" nunca "viu a luz do dia".

"Este é só um flagelo que afeta dois milhões de pessoas que estão em situação de pobreza energética, mas que continua a não estar em vigor", criticou, questionando o primeiro-ministro "quando é que o governo vai aprovar esta estratégica, que é absolutamente fundamental para combater a pobreza energética".

E defendeu que "a inflação e a guerra combatem-se através da transição energética", questionando António Costa sobre que medidas vai o Governo "tomar para incentivar novas formas de produção de energia, nomeadamente através do autoconsumo, das comunidades de energia renovável, e assim tornar mais democrático o aceso aos serviços energéticos".

Quando tomou a palavra, o primeiro-ministro respondeu que a estratégia de combate à pobreza "será brevemente aprovada".

"Relativamente ao autoconsumo, está em conclusão a avaliação do debate público sobre o conjunto de medidas de agilização de todos os processos de licenciamento de energias renováveis e, nesse quadro, iremos tomar medidas para que seja agilizada a sua aprovação", acrescentou António Costa.

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