
O representante do PNUD considerou de "fundamental" que as comunidades participem na "luta abrangente" contra o tráfico de drogas na Guiné-Bissau, país que, salientou, não produz e ainda consome em pequena escala aquele produto.
Cerca de cinquenta pessoas, entre líderes comunitários, organizações da sociedade civil e elementos das forças de defesa e segurança, reuniram-se hoje em Bissau no "Diálogo Nacional da Sociedade Civil sobre tráfico de droga e criminalidade organizada transnacional".
"É absolutamente fundamental, por isso é tão importante que aqui se reúnam líderes das comunidades para não só entender o fenómeno, mas para ter uma estratégia conjunta com o Governo, com as autoridades, com as instituições de segurança para prevenir. É mais uma mitigação dessa intromissão do crime organizado nas comunidades" guineenses, defendeu Engehoff.
Em declarações à Lusa, à margem da cerimónia de abertura do encontro, o também coordenador do Sistema das Nações Unidas na Guiné-Bissau deu o exemplo da Guatemala que, disse, "foi tomada, a nível das comunidades, pelo crime organizado".
"O risco para países que estão na linha onde a droga transita sempre existe. Agora a boa notícia pode optar por não seguir esse modelo. Por isso é importante que estejam aqui as comunidades", observou Tjark Engehoff.
O representante residente do PNUD referiu ainda que a Guiné-Bissau não é um país produtor e nem consumidor da droga, mas salientou que a logística do tráfico passa pelo território para outras partes do mundo.
Cristina Andrade, representante na Guiné-Bissau e Cabo Verde do Gabinete das Nações Unidas contra a Droga e o Crime (ONUDC), também considerou, em declarações à Lusa, que a sociedade civil guineense "tem partilhado as responsabilidades" com as autoridades no combate à droga.
"Esta iniciativa é um exemplo paradigmático daquilo que uma sociedade civil deve fazer para contribuir em termos da política nacional de luta contra o tráfico ilícito e crime organizado", notou Cristina Andrade.
A representante da ONUDC defendeu ainda que o trabalho que está a ser feito na Guiné-Bissau, em coordenação com a estratégia da sua organização, também trará impacto na luta em curso a nível de toda a sub-região da Comunidade Economia de Estados da África Ocidental (CEDEAO).
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