"Trata-se de locais de muita aglomeração e o nosso objetivo, além de evitar a propagação, é consciencializar as pessoas sobre a importância da máscara", disse à Lusa Inocência Mapisse, pesquisadora do CIP.

As máscaras são feitas de capulana e entretela (um tipo de tecido que permite maior eficácia na proteção) e resultam de uma contribuição dos colaboradores da própria organização, que espera ver a iniciativa replicada em outros pontos do país.

"Nós temos como pressuposto que vários moçambicanos precisam de ir trabalhar para ter o seu sustento e, por isso, decidimos lançar esta iniciativa. Temos consciência, no entanto, que não vamos sanar toda a necessidade, mas esperamos que outras forças da sociedade se juntem a nós", declarou Inocência Mapisse.

A iniciativa foi lançada na quarta-feira, tendo já abrangido os mercados de Xipamanene e Xiquelene, entre os mais frequentados na capital moçambicana.

Na quarta-feira, o Governo moçambicano anunciou que passa a ser obrigatório o uso de máscaras nos transportes e em aglomerações de pessoas, medidas que visam evitar a propagação do novo coronavírus no país.

O número de casos registados oficialmente de infeção pelo novo coronavírus em Moçambique subiu de 10 para 17 na quarta-feira, mas ainda não há registo de mortes pela doença no país, anunciou o Ministério da Saúde.

O país vive em estado de emergência durante todo o mês de abril, com espaços de diversão e lazer encerrados, proibição de todo o tipo de eventos e de aglomerações.

Durante o mesmo período, as escolas estão encerradas e a emissão de vistos para entrar no país está suspensa.

A covid-19 provocou 572 mortos em África e há o registo de 11.400 casos em 52 países, enquanto 1.313 pessoas já recuperaram, de acordo com os mais recentes dados sobre a pandemia no continente.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 1,5 milhões de pessoas em todo o mundo, das quais morreram quase 89 mil.

Dos casos de infeção, mais de 312 mil são considerados curados.

Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.

EYAC // VM

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