As autoridades da cidade chinesa de Tianshui, na província noroeste de Gansu, prenderam oito pessoas no âmbito de uma investigação sobre um caso de intoxicação por chumbo, que afetou 233 crianças de uma creche privada.

A investigação concluiu que os responsáveis pela creche terão autorizado o uso de substâncias impróprias para consumo humano na preparação de alimentos destinados às crianças, informou esta terça-feira a televisão estatal CCTV.

Duas pessoas, com os apelidos Zhu e Li, responsáveis pela gestão e financiamento do centro, respetivamente, estão entre os detidos.

Segundo as autoridades, a cozinha do centro utilizou corantes adquiridos através da Internet, que continham chumbo e estavam rotulados com a advertência de que não eram adequados para consumo.

As autoridades informaram que as 251 crianças que frequentavam o centro foram submetidas a análises ao sangue, das quais 233 apresentavam níveis anormais de chumbo e 18 estavam dentro dos parâmetros normais.

A intoxicação levou à hospitalização de 201 crianças, informou a CCTV.

Crianças tiveram náuseas, diarreia e cólicas

Nos últimos dias, alguns pais de crianças afetadas disseram à imprensa local que os seus filhos tinham sofrido durante meses de sintomas como náuseas, diarreia, dores nas pernas ou cólicas abdominais e que, em muitos casos, pensaram que se tratava de doenças leves até que as análises ao sangue revelaram a presença de chumbo.

A creche privada, inaugurada em 2022, cobrava cerca de 6.000 yuan (711 euros) mensais de matrícula por cada criança.

No início da década passada, surgiram vários casos em todo o país envolvendo milhares de crianças intoxicadas por chumbo por residirem perto de zonas de produção mineira ou indústrias poluentes - fábricas de baterias ou plantas de reciclagem e fundição, por exemplo -, com estudos a demonstrar que um terço das crianças na província de Yunnan apresentava níveis elevados desse metal pesado no sangue.