"Deve dar-se prioridade à segurança dessas pessoas, e garantir-lhes acesso à proteção e outras formas de assistência, sem que importem as razões que os forçaram a deslocar-se até aí", sublinhou em comunicado António Vitorino, diretor-geral da OIM.

A agência das Nações Unidas declarou-se disposta a fornecer assistência às autoridades desta cidade espanhola do Norte de África para garantir a proteção das 800 crianças, parte das cerca de 1.500 que efetuaram a travessia entre Marrocos e Ceuta entre 17 e 19 de maio.

Vitorino sublinhou que Espanha e Marrocos têm colaborado amplamente na área das migrações, e pediu que se mantenha essa cooperação.

A OIM recordou que, desde o início de 2021, cerca de 26.400 pessoas chegaram à União Europeia através das rotas mediterrânicas, um número mais elevado do que no mesmo período de 2020 mas gerível "com uma melhor política que inclua o aumento das rotas que facilitem uma migração segura e digna".

Milhares de migrantes, na sua maioria jovens, aproveitaram na semana passada a passividade dos controlos fronteiriços do lado marroquino para entrar ilegalmente em Ceuta.

Cerca de 7.800 pessoas foram devolvidas a Marrocos desde o início da crise - na sua maioria marroquinos e um pequeno grupo de subsaarianos, mas cerca de 800 menores não acompanhados permanecem legalmente no país sob supervisão governamental.

A origem desta última crise entre Espanha e Marrocos está relacionada com a permanência em Madrid do secretário-geral da Frente Polisário, Brahim Ghali, por motivos de saúde.

A Frente Polisário, considerada como um grupo terrorista por Rabat, reivindica o direito à autodeterminação no Saara Ocidental, território que foi colónia espanhola e posteriormente ocupado pelo Marrocos.

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