
"As preparações de Timor-Leste para a votação foram bem administradas pelas autoridades eleitorais e o dia de eleições foi calmo e ordeiro. A presença forte dos fiscais de candidatura e dos observadores nacionais trouxe transparência ao processo. Os observadores da União Europeia avaliaram os processos de votação e contagem de uma forma positiva", disse em conferência de imprensa o responsável da missão de observação, o eurodeputado espanhol, Domènec Ruiz Devesa.
na conferência de apresentação do relatório preliminar, Ruiz Devesa disse que a campanha foi pacifica, de forma geral, apesar de um "ligeiro aumento dos ataques pessoais nas redes sociais nos últimos dias" da campanha.
O eurodeputado falava quando a contagem da segunda volta está praticamente concluída, confirmando a vitória de José Ramos-Horta com pelo menos 61,54% dos votos, à frente do atual chefe de Estado, Francisco Guterres Lú-Olo.
Entre as conclusões, a missão da UE considera que os dois candidatos "competiram numa campanha em que as liberdades fundamentais foram respeitadas", apostando na segunda volta mais em "diálogos com os eleitores do que em grandes comícios".
Lú-Olo, recordou, centrou a sua campanha em torno à unidade do Governo, com apoio dos três partidos no executivo, Fretilin, PLP e KHUNTO, enquanto Ramos-Horta, apoiado pelo CNRT de Xanana Gusmão e uma aliança de outros partidos, "criticou a inação e má gestão do Governo e o próprio Lú-Olo por violar a constituição".
"Os dois candidatos prometeram nos apoios financeiros à população e melhorias em programas sociais", refere.
Os observadores europeus sublinham que as autoridades eleitorais, o Secretariado Técnico de Administração Eleitoral (STAE) e a Comissão Nacional de Eleições (CNE) se mostraram "comprometidos com eleições transparentes", com as várias partes a mostrar confiança "na sua imparcialidade e profissionalismo".
As equipas de observadores estiveram na jornada de votação em 164 centros de votação em 12 municípios e na Região Administrativa Especial de Oecusse-Ambeno (RAEOA) avaliando a votação e contagem com "bom" ou "muito bom".
"A monitorização dos media não identificou qualquer publicidade paga nas rádios e televisões monitorizadas. Espaços de educação de eleitores foram transmitidos na RTTL cinco dias antes do voto. A RTTL garantiu uma cobertura eleitoral equilibrada, enquanto a televisão privada GMN continuou predominantemente a dar mais cobertura a Ramos-Horta.
Os observadores notam que as duas candidaturas aparentaram ter recursos idênticos para a campanha, destacando porém, que "as regras de financiamento de campanhas não estão ainda em linha com boas praticas" internacionais, "já que não definem limites para doações ou gastos e não há obrigatoriedade de reportar apoio em géneros.
As equipas que estão em Timor-Leste acompanharam 62 atos de campanha na segunda volta e notam, destacou o eurodeputado, que "apesar de um aumento na participação ativa de mulheres intervenientes nesses eventos, as mulheres apoiantes participaram em menor número que os homens".
"Pouca atenção foi dada aos temas de empoderamento da mulher na segunda volta", referiu.
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