Beatriz Buchili divulgou os dados durante a informação anual que prestou hoje na Assembleia da República, no cumprimento de um imperativo da Constituição moçambicana.

Do número de processos-crime abertos em 2019, a maioria refere-se a furto qualificado com 11.767 processos, roubo com 5.156, e ofensas corporais voluntárias de que resultou doença ou impossibilidade para o trabalho com 4.601.

Em relação aos crimes contra a vida, as autoridades instauraram 3.030 processos, um decréscimo de 4% em comparação com 2018, ano em que foram registados 3.156 processos-crime.

Do total dos processos por crime contra a vida instaurados, 1.233 foram por homicídio voluntário, contra 1.321 em 2018.

Desse número, 500 foram por homicídio voluntário simples, 688 por homicídio qualificado e 45 por linchamento.

Sobre os crimes de homicídio, a procuradora-geral da República considerou repugnante o assassinato do observador eleitoral moçambicano Anastácio Matavel, em outubro, na cidade de Xai-Xai, província de Gaza, sul de Moçambique.

O homicídio foi praticado por agentes da Unidade de Intervenção Rápida (UIR), que se encontram em julgamento.

"É muito mais repugnante quando atos criminais e de tamanha barbaridade são praticados por aqueles a quem o Estado conferiu a responsabilidade de manter a ordem e segurança dos cidadãos como são os casos de alguns agentes da nossa polícia", frisou Beatriz Buchili.

Ainda sobre os crimes contra a vida, a procuradora-geral repudiou a morte de um idoso na província de Inhambane acusado de feitiçaria pelos seus familiares.

O crime foi cometido em setembro e estiveram envolvidos 19 familiares que obrigaram o idoso a cavar a sua própria sepultura.

"O exemplo acima referido demonstra que os autores deixaram-se dominar por crenças obscurantistas, exprimidas em sentimentos de fúria e raiva, em total desveneração da vida humana", salientou Beatriz Buchili.???????

PMA // LFS

Lusa/Fim