A posição foi transmitida pelo governante durante a comemoração nacional do Dia Internacional da Alfabetização, tendo acrescentado que só na primeira fase da campanha de 2015 aprenderam a ler e a escrever mais de 432 mil angolanos.

"A alfabetização constitui uma das chaves necessárias para promover o desenvolvimento sustentável, sendo um fator determinante da mudança e um instrumento prático de empoderamento do que respeita às vertentes principais do desenvolvimento sustentável: o desenvolvimento económico, o desenvolvimento social e a proteção do ambiente", afirmou Pinda Simão.

O ministro da Educação de Angola recordou que 85% da população nacional não sabia ler nem escrever em 1975, ano em que o país se tornou independente de Portugal.

Essa taxa atingiu em 2014 os 27%, disse ainda.

"A educação é por isso um direito fundamental e um instrumento-chave para a mudar as atitudes, comportamentos e estilos de vida", assumiu Pinda Simão.

Segundo dados revelados em junho passado pelo Diretor Nacional para a Educação de Adultos, Makulo Valentim, nos últimos três anos foram alfabetizados 2.695.158 angolanos, 70% dos quais mulheres.

Este número representa mais de 10% da população nacional, contabilizada em 2014 em 24,3 milhões de pessoas.

Angola tem em curso desde 2012 um plano estratégico para a revitalização da alfabetização, tendo o Ministério da Educação lançado, na sequência, a Campanha Nacional da Alfabetização, que permitiu passar de 7.644 técnicos alfabetizadores para 19.418.

Já segundo o relatório social de 2014 da Universidade Católica de Angola, as mulheres são, ainda, as que em menor número fazem parte das turmas de alfabetização em todo o país.

"Nas áreas rurais, onde sobretudo razões culturais estão na base dessa ausência, em função da predominância da ordem patriarcal, apenas 37,3% das mulheres entre os 20 e os 40 anos sabem ler e escrever, contra mais de 80% das áreas urbanas", aponta o documento, a que a Lusa teve acesso.

O relatório conclui pela "prevalência do analfabetismo nas áreas rurais e nas províncias do interior", em comparação com as cidades e as regiões do litoral.

PVJ // VM

Lusa/Fim