Os crimes nos bairros periféricos da cidade da Matola estão supostamente a ser protagonizados por um "gangue" denominado G-20, por ser composto por 20 elementos, que, por vezes, usam raparigas como reféns para aceder às residências.

Nos últimos dias, a imprensa moçambicana deu conta de pelo menos cinco assassínios brutais, envolvendo mulheres e crianças, o que levou a que, em alguns bairros do município da Matola, as populações iniciassem um patrulhamento noturno, por considerarem que a polícia não tem dado respostas adequadas.

"Nestas zonas, a partir da meia-noite não se dorme. Homens e mulheres empunhados com paus, catanas e outros instrumentos contundentes patrulham as ruas até às 4 horas. Segundo relatos no terreno, os malfeitores em grupo de duas dezenas fazem-se transportar por um minibus de 18 lugares", reporta o jornal Canal de Moçambique.

O diário eletrónico conta na sua edição de hoje que "quando chegam às casas das vítimas, com recurso a alavancas, forçam as grades, portas e janelas para se introduzirem nas residências. Violam sexualmente os donos da casa (tanto mulheres assim como homens). Roubam e depois ligam ferros (de passar a roupa) à corrente elétrica e queimam as vítimas, de preferência os homens".

Em declarações aos jornalistas, na terça-feira, o porta-voz do Comando da Polícia da República de Moçambique (PRM), Pedro Cossa, acusou os populares de não colaborarem na denúncia dos casos criminais.

"Eu já disse várias vezes que a capacidade que o Estado tem de oferecer uma melhor segurança e tranquilidade públicas para todos é a que está sendo dada. A população não deve suspeitar de um criminoso e não reportar pelo fato de o indivíduo ser seu primo, amigo, cunhado ou filho ou, também, porque a polícia está aí fardada", disse Pedro Cossa.

Na segunda-feira, um empresário da Manhiça, na província de Maputo, foi alvejado, depois de ter sido espancado com um ferro de engomar na cabeça diante da sua filha de 10 anos, quando a sua mulher estava trancada num dos quartos, conta o jornal O País, editado na capital moçambicana.

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