"Estamos a um bom ritmo do processo do DDR no país. Hoje é um dia histórico para todos nós, com o desarmamento do Estado-maior general das forcas residuais da Renamo, composto por nove oficiais", afirmou Ossufo Momade, que falava no ato de desarmamento.

A adesão dos oficiais da guerrilha da Renamo ao DDR traduz o compromisso com o sucesso do Acordo de Paz e Reconciliação Nacional, acrescentou o líder do principal partido da oposição.

"Esperamos que prevaleçam os valores de não mais voltarmos a cometer os erros do passado. Somos por uma reintegração humanizada e dignificante", enfatizou.

Ossufo Momade apelou ao Governo e à comunidade internacional para a canalização de apoios aos antigos guerrilheiros da Renamo, assinalando que o grupo deve receber pensão de sobrevivência e ajuda financeira para a implementação de atividades de geração de renda.

A secretária do Estado na província de Sofala, Stela Pinto Novo Zeca, afirmou que o ato marca o ponto mais elevado do DDR.

"O nosso desejo e expectativa é que o processo prossiga até ao alcance da paz definitiva", declarou Zeca.

O DDR é parte do Acordo de Paz e Reconciliação Nacional assinado em 06 de agosto de 2019 em Maputo pelo atual Presidente da República, Filipe Nyusi, e pelo líder da Renamo.

O entendimento foi o terceiro entre o Governo da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo) e a Renamo, tendo os três sido assinados na sequência de ciclos de violência armada entre as duas partes.

No âmbito do Acordo de Paz e Reconciliação Nacional, pouco mais de metade dos cerca de cinco mil guerrilheiros da Renamo foram abrangidos pelo DDR, sendo que alguns foram incorporados nas Forças de Defesa e Segurança (FDS) moçambicanas.

O acordo é contestado por um grupo dissidente daquele partido de oposição autoproclamado Junta Militar da Renamo, ao qual são atribuídos ataques a alvos civis e do Estado no centro do país, com um saldo de pelo menos 30 mortos, desde agosto de 2019.

O grupo, chefiado por Mariano Nhongo, um general da guerrilha da Renamo, acusa a atual liderança do partido de ter traído os ideais do defunto presidente da organização Afonso Dhlakama nos compromissos que assumiu com a liderança do executivo da Frelimo.

 

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