
Nasceu em fevereiro de 1988, em Lisboa. Viveu no bairro da Picheleira, antigo bairro da Curraleira - um dos maiores e mais antigos bairros de barracas de Lisboa. Foi aí que os pais se conheceram. A família paterna é cigana, os pais cresceram juntos e viviam “porta com porta”. Estão juntos desde os 11 anos. “Gosto muito da história deles".
É cigano e cresceu no bairro com a comunidade. A vida era complicada, mas a fuga aos “maus caminhos” tornou-se fácil com a ajuda de projetos de integração social como o “Sementes a Crescer”. “Marcou-me para sempre. Sem o acompanhamento daqueles profissionais, o mais provável era sair da escola e andar pelas ruas a fazer porcaria, a roubar”, confessa.
O Verão era muito aguardado pelas crianças do bairro, porque finalmente podiam sair e conhecer outras cidades. “O meu pai estava preso, o pai do meu amigo estava preso e não tínhamos como ir para outro sítio. Não tínhamos ninguém. Até os nossos tios estavam presos. Participar no projeto era a única forma de não passarmos as férias fechados no bairro”, explica.
Trouxe para este podcast uns berlindes, brincadeira de infância que durava tardes e que hoje ainda usa para brincar com os filhos.
Deixou a escola aos 16 anos. Queria ser jogador de futebol, mas foi na música que encontrou um futuro. Em 2014, tornou-se conhecido com um vídeo publicado nas redes sociais, a cantar e tocar guitarra com uma pulseira eletrónica na perna. Estava em casa em prisão domiciliária.
Hoje é um dos artistas mais conhecidos do país e um exemplo para o bairro onde cresceu e para a comunidade cigana.
Avelino Abel Vaz Maia, mais conhecido por Nininho Vaz Maia, é convidado do novo episódio do Geração 80. Nesta conversa com Francisco Pedro Balsemão fala abertamente sobre sobre os hábitos e tradições da comunidade cigana, que admite ainda ser muito “fechada”.
Revê-se na “união” do povo cigano, mas cada vez menos no “temperamento”: “Nós somos criticados mas também criticamos muito. Dizemos que não existe aceitação mas não nos conseguimos integrar. O povo cigano está demorado a evoluir. Faz parte da nossa cultura, somos muito fechados”, acredita. Ouça aqui a entrevista.
Livres e sonhadores, os anos 80 em Portugal foram marcados pela consolidação da democracia e uma abertura ao mundo impulsionada pela adesão à CEE. Foram anos de grande criatividade, cujo impacto ainda hoje perdura. Apesar dos bigodes, dos chumaços e das permanentes, os anos 80 deram ao mundo a melhor colheita de sempre? Neste podcast, damos voz a uma série de portugueses nascidos nessa década brilhante, num regresso ao futuro guiado por Francisco Pedro Balsemão, nascido em 1980.