
O advogado de Netanyahu, Amit Hadad, solicitou o adiamento invocando os "desenvolvimentos na região e no mundo", após a guerra com o Irão, no Líbano (Hezbollah) e com a continuação do conflito em Gaza.
"Solicitamos respeitosamente ao tribunal que ordene o cancelamento das audiências nas quais o primeiro-ministro deveria testemunhar nas próximas duas semanas", escreveu o advogado num pedido enviado ao tribunal.
Hadad acrescentou que o primeiro-ministro "foi obrigado a dedicar todo o seu tempo e energia à gestão de questões nacionais, diplomáticas e de segurança da maior importância".
Netanyahu também agradeceu ao presidente dos Estados Unidos, depois de Trump per pedido a anulação do julgamento, iniciado em maio de 2020, por corrupção.
"Fiquei profundamente comovido com o seu sincero apoio a mim e o seu incrível apoio a Israel e ao povo judeu", escreveu Netanyahu em inglês na rede social X, depois de republicar a mensagem de Trump, divulgada quarta-feira na rede Truth Social.
O presidente norte-americano descreveu o julgamento de Netanyahu como uma "caça às bruxas".
"[O julgamento] deve ser ANULADO, IMEDIATAMENTE», escreveu Trump, recomendando que, pelo contrário, fosse "concedido perdão a um Grande Herói", após o fim da guerra com o Irão.
Chefe do governo de 1996 a 1999, depois de 2009 a 2021 e novamente desde dezembro de 2022, Netanyahu é o primeiro-ministro israelita que ocupou esse cargo por mais tempo.
O líder da oposição israelita, Yair Lapid, reagiu, alertando Trump contra qualquer interferência nos assuntos internos de Israel.
"Temos gratidão pelo presidente Trump, mas [...] o Presidente não deve interferir num processo judicial de um país independente", disse Lapid ao portal de notícias Ynet.
Lapid apoiou uma declaração de um dos aliados da coligação de Netanyahu, Simcha Rothman, do partido de extrema-direita Sionismo Religioso, que pediu a Trump para se manter afastado do processo.
"Não é função do Presidente dos Estados Unidos interferir nos processos judiciais do Estado de Israel", afirmou Rothman, presidente da comissão de assuntos judiciais do Knesset (Parlamento israelita), numa mensagem na rede social X.
Rothman considerou, no entanto, que "a gestão dos assuntos de Netanyahu está a transformar a imagem do Estado de Israel de uma potência regional e mundial numa república das bananas".
Num primeiro caso, Netanyahu e respetiva mulher, Sara, são acusados de terem aceitado produtos de luxo no valor de mais de 260.000 dólares (cerca de 222.000 euros), tais como charutos, joias e champanhe, de bilionários em troca de favores políticos.
Em dois outros casos, Netanyahu teria tentado negociar uma cobertura mediática mais favorável em dois meios de comunicação israelitas. O primeiro-ministro israelita negou qualquer ato repreensível.
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