O Ministério Público (MP) adianta hoje, na sua página na Internet, que, com base na acusação, o arguido, "desde setembro de 2021, delineou e decidiu executar um plano que visava praticar um ataque na Universidade de Lisboa, em concreto da Faculdade de Ciências, com o objetivo de matar indiscriminadamente várias pessoas", com facas e outras armas, como uma besta.

O jovem está acusado de dois crimes de terrorismo, um dos quais na forma tentada, e outro de detenção de arma proibida.

Para além disso, o jovem de 18 anos tinha ainda a intenção de provocar incêndio e explosões nas instalações daquela faculdade, utilizando meios incendiários de diversa natureza e engenhos explosivos construídos de forma artesanal, conhecidos vulgarmente por "cocktails molotov".

A acusação refere que, entre janeiro e 10 de fevereiro de 2022, "o arguido muniu-se de todas as armas e artigos que conseguiu para efetuar o ataque, tendo definido em concreto os locais, a data e o número de pessoas que pretendia atingir".

Contudo, o jovem, cuja investigação veio a concluir ser um utilizador habitual da Internet obscura (designada por "darknet"), e através da qual terá conseguido armas, transmitiu as suas intenções de concretizar o plano em diversas mensagens através daquele meio.

"Dias antes da data prevista para o ataque -- 11 de fevereiro de 2022 -- uma pessoa não identificada [mas que se sabe ser norte-americano e frequentador da darknet] que teve conhecimento daquelas mensagens denunciou a situação ao FBI [unidade do Departamento de Justiça dos EUA], que transmitiu a informação à Polícia Judiciária, permitindo assim a realização e diligências que conduziram à detenção do arguido em flagrante delito", acrescenta o MP.

Aquando das buscas domiciliárias, avança a acusação, o arguido "tinha na sua posse todos os objetos que adquiriu para execução do plano".

O arguido está em prisão preventiva desde 11 de fevereiro de 2022, tendo aquela medida de coação sido substituída pela medida de internamento preventivo, explica o MP.

A investigação foi dirigida pelo Ministério Público do Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Lisboa, coadjuvado pela Unidade Nacional de Combate ao Terrorismo (UNCT), da Polícia Judiciária.

ARA (FC/JGO) // HB

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