
Os moradores do bairro do Talude Militar, em Loures, estão esta segunda-feira concentrados em protesto contra a demolição de 60 habitações, acusando a autarquia de não apresentar soluções para famílias inteiras em risco de ficar em situação de sem abrigo.
O local já foi alvo de intervenção no final de junho, mas na sexta-feira a Câmara Municipal de Loures afixou editais no bairro anunciando novas demolições e dando aos moradores 48 horas para as desocupações.
Várias casas já foram demolidas, por isso muitas pessoas, incluindo crianças, estão neste momento a dormir na rua.
Engeles Amaral, representante dos moradores do bairro do Talude, diz à SIC que os moradores já tentaram "encontrar um meio termo junto da câmara", mas não obtiveram qualquer resposta.
Polícia de intervenção chamada ao bairro
Com os protestos a subir de tom no bairro, o Corpo de Intervenção da Polícia de Segurança Pública (PSP) foi chamada ao local. Os moradores estão a protestar com cartazes, palavras de ordem e a deitar-se no chão para tentar impedir que sejam demolidas mais habitações.
Apesar dos ânimos exaltados, as máquinas retroescavadoras avançaram com a demolição pelas 12h00, depois de a polícia ter afastado à força moradores concentrados no local.
Durante o avanço da máquina mobilizada para as operações, e depois de um reforço policial no local, agentes da PSP usaram bastões para afastar os residentes.
O movimento Vida Justa disse que nos próximos dias os municípios de Loures e Amadora vão demolir cerca de 80 habitações e deixarão as famílias, incluindo 70 crianças, sem uma alternativa de habitação.
Em comunicado, o movimento considerou que as ações dos dois municípios "desrespeitam os despachos judiciais já proferidos e conhecidos dos municípios" no âmbito de providências cautelares feitas por vários moradores para suspender as demolições.