"Infelizmente, são erros atrás de erros. Estão a naturalizar-se os erros na educação e isso é preocupante, porque estamos a falar de exames nacionais", disse um dos professores, falando no anonimato.

Um outro professor avançou que a repetição da prova também se deve ao incumprimento da matriz que devia nortear a elaboração do exame, emitida pelo Ministério da Educação e Desenvolvimento Humano.

Na quinta-feira, o porta-voz Ministério da Educação e Desenvolvimento Humano anunciou que mandou repetir o exame de Ciências Sociais da 7.ª classe, devido a "falhas" que não especificou.

Feliciano Mahalambe disse que a prova será feita de novo, no dia 22, na cidade de Maputo, sul do país, e província de Nampula, norte, rendo sido chamados a exame 135 mil alunos.

"Neste momento, estamos a preparar-nos para uma nova prova nas duas zonas, onde a situação sucedeu", declarou, sem especificar o tipo de falhas.

A Lusa não conseguiu obter do ministério um posicionamento sobre a natureza dos erros detetados no referido manual.

Em junho, o Ministério da Educação e Desenvolvimento Humano de Moçambique foi sacudido por um escândalo provocado pela descoberta de erros em alguns manuais escolares, obrigando à retirada do ensino do livro de Ciências Sociais da 6.ª classe e à suspensão do diretor do Instituto Nacional de Desenvolvimento da Educação (INDE), entidade estatal responsável pela direção do processo de produção dos livros, a dissolução da Comissão de Avaliação do Livro Escolar (CALE) e a sua substituição por uma outra estrutura. 

Entre os erros mais gritantes detetados no livro do 6.º ano está a localização geográfica de Moçambique, que no livro é situado na África Oriental e não consta como país da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), entidade em cuja fundação participou.  

 

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