"Gostaria de reiterar o apelo do Governo da República de Moçambique a todas as missões diplomáticas e organizações internacionais e regionais aqui representadas para nos ajudarem na mobilização de mais apoios, de forma a fazermos face à emergência humanitária que assola Cabo Delgado", disse Verónica Macamo.

A ministra dos Negócios Estrangeiros e Cooperação falava durante uma reunião com o corpo diplomático acreditado em Moçambique, realizada hoje em Maputo.

A governante alertou para o aumento do número de deslocados, elevando-se, consequentemente, "as necessidades de assistência às populações, em particular as necessidades alimentares".

"As populações deslocadas abandonaram os seus pertences, campos agrícolas, colheitas e rebanhos para procurar lugares seguros, o que provoca uma situação de emergência humanitária de proporções cada vez mais complexas", frisou Verónica Macamo.

Grupos armados aterrorizam Cabo Delgado desde 2017, com alguns ataques reclamados pelo grupo 'jihadista' Estado Islâmico, numa onda de violência que já provocou mais de 2.800 mortes, segundo o projeto de registo de conflitos ACLED, e 714.000 deslocados, de acordo com o Governo moçambicano.

O número de deslocados aumentou com o ataque contra a vila de Palma em 24 de março, uma incursão que provocou dezenas de mortos e feridos, sem balanço oficial anunciado.

As autoridades moçambicanas anunciaram controlar a vila, mas aquele ataque levou a petrolífera Total a abandonar por tempo indeterminado o recinto do empreendimento que tinha início de produção previsto para 2024 e no qual estão ancoradas muitas das expecativas de crescimento económico na próxima década.

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