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A miséria em que viviam os trabalhadores locais e os maus tratos aplicados pela COTONANG, empresa que explorava o algodão em Angola, foram descritos em fevereiro de 1961 num relatório emanado do quartel de Malanje, com caráter secreto.
Numa cópia da "parte que interessa", como se lê na missiva partilhada com outras estruturas militares, refere-se que a sublevação indígena era motivada pela miséria e pelos maus tratos infligidos aos trabalhadores pelos funcionários da empresa, práticas apoiadas, "em geral", pelas autoridades administrativas.
"Desta aliança perniciosa resulta que o indígena não sabe nem pode fazer a distinção entre COTONANG e Estado", lê-se no documento, do qual se conserva uma cópia no Arquivo Histórico da Marinha, entre milhares de documentos que a instituição tem vindo a desclassificar e que a Lusa consultou.