Muitos vestidos de branco e agitando a bandeira nacional tricolor, os manifestantes foram às ruas de Bogotá, Medellín (noroeste), Cali (sudoeste) e Barranquilla (norte) para esta "marcha da maioria" convocada pela oposição de direita.

Entoando palavras de ordem criticando o primeiro governo de esquerda da história do país, os manifestantes juntaram-se no centro da capital em direção à Praça Bolívar, perto da presidência e do parlamento.

"Vão destruir as pensões e a saúde. É um governo cego, surdo e mudo (...)", criticou a senadora Maria Fernanda Cabal, em declarações à imprensa.

Em Bogotá, o ex-ministro da Defesa do governo conservador cessante, Diego Molano, denunciou "o improviso, o enfraquecimento das instituições, as ameaças contra a imprensa" e o aumento da violência no país enquanto "a guerrilha está cada vez mais forte" desde as negociações de paz iniciadas pelo governo.

No poder desde agosto de 2022, Gustavo Petro foi eleito com promessa de "mudança" e, desde então, tem promovido a adoção de reformas - nomeadamente no sistema de saúde, trabalho e pensões, redistribuição de terras e energia limpa.

O presidente também tem desenvolvido negociações com grupos armados que operam no país.

A coligação de governo com os liberais e centristas entrou em colapso, no entanto, e o presidente não tem mais maioria para aprovar as reformas no parlamento, em particular a reforma no sistema de saúde.

O presidente também enfrenta um escândalo relativo a escutas telefónicas ilegais a dois dos seus parentes - lembrando as velhas práticas da política tradicional colombiana - que o levaram a ser implicado no financiamento ilegal da campanha eleitoral presidencial, que denunciou tratar-se de um "golpe de estado rastejante".

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