A manifestação, que juntou cerca de 20 mil pessoas, segundo autoridades locais, contou com a participação de pessoas de diferentes partes de Espanha e foi organizada por mais de 200 organizações, tendo percorrido sem incidentes as ruas da capital espanhola com música, bandeiras e faixas "em defesa da vida" e contra as leis do aborto e da eutanásia.

"Estamos a arriscar as nossas vidas, leis suficientes contra a verdade e a natureza humana", lia-se, na faixa que encabeçou a marcha, atrás da qual estava o antigo ministro do Interior e presidente de Um de Nós, Jaime Mayor Oreja, que, citado pela Efe, disse que aquela manifestação mostrava que "a cultura da vida está mais viva do que nunca".

Maior Oreja referiu que a decisão do Supremo Tribunal dos Estados Unidos, que anulou a proteção do direito ao aborto, "é um elemento de esperança e de futuro" e "que nenhum futuro pode ser construído com leis que destruam a natureza humana".

Ao seu lado esteve a ex-presidente do Partido Popular Basco e atual vice-presidente da Fundação Villacisneros, María San Gil, que criticou "leis ideológicas que impõem um projeto autoritário à sociedade", tendo também aplaudido a decisão do Supremo Tribunal dos EUA, porque, explicou, é "um caminho de esperança".

Na marcha contra o direito ao aborto participaram igualmente membros do partido Vox, como o presidente, Santiago Abascal, o porta-voz no Congresso, Iván Espinosa de los Monteros, e o líder do grupo na Comunidade de Madrid, Rocío Monasterio.

Espinosa de los Monteros declarou aos jornalistas que defende "o direito à vida como alternativa aos 100.000 abortos em que o Estado gasta mais dinheiro todos os anos e muito pouco na vida".

Durante a marcha, descreveu a Efe ouviram-se slogans como "Vida sim, aborto não" e em declarações à agência espanhola um das manifestastes, Beatriz, defendeu que a lei do aborto em Espanha é "um autêntico genocídio porque mata seres humanos".

"As mulheres podem fazer o que quiserem com os seus corpos, mas o que levam dentro não faz parte dos seus corpos", insistiu Beatriz, para quem a decisão do Supremo norte-americano "é um passo em frente", afirmando que espera que a Espanha "siga o exemplo".

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