
De acordo com a primeira edição do boletim Focus, uma sondagem que o órgão emissor realiza semanalmente com 100 economistas de bancos e instituições financeiras, as projeções para 2022 indicam pessimismo já que até duas semanas atrás a estimativa de crescimento económico do Brasil era de 0,50%.
Em 2020, o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro sofreu uma queda histórica de 3,9% como resultado da crise gerada pela pandemia e em 2021 recuperou um pouco, com crescimento estimado em 4,5%, de acordo com as mais recentes previsões.
Neste ano, o PIB brasileiro está ameaçado pela inflação elevada, pelos juros elevados - o maior nível dos últimos quatro anos -, pelo desemprego ainda preocupante (12,1% até outubro), pela estiagem histórica que afetou a geração de energia e a agricultura, e devido à incerteza política causada pelas eleições presidenciais marcadas para outubro próximo.
Segundo levantamento do Banco Central, analistas preveem que, após um crescimento fraco em 2022, a economia brasileira só crescerá 1,8% em 2023.
Em relação ao índice de preços, os economistas do mercado reduziram sua projeção para a inflação brasileira em 2021 dos 10,02% que projetaram na semana passada, para os 10,01%.
Se essa taxa se confirmar, o Brasil fechou o ano passado com a maior inflação desde 2015 (10,67%) e com uma taxa que dobra a meta que o Banco Central brasileiro havia estabelecido para 2021, que era de 3,75% com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos.
De acordo com o novo levantamento, os economistas preveem que a inflação começará a cair neste ano e ficará em 5,03% em 2022, quase no teto da meta do Banco Central, e em 3,41% em 2023.
Analistas preveem ainda que, após elevar a taxa básica de juros para 9,25% ao ano no final de 2021, seu maior nível nos últimos quatro anos, a autoridade monetária manterá a política restritiva e continuará a aumentar as taxas, pelo menos até 11,50% ao ano até ao final de 2022.
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