"O levantamento de certas sanções pode traduzir-se literalmente em boa vontade (dos Estados Unidos). Os americanos falam sobre isso, mas é preciso saber que o que acontece no papel é bom, mas não é suficiente", disse à imprensa o chefe da diplomacia iraniana, Hossein Amir-Abdollahian.

Na sexta-feira, o Governo de Joe Biden restaurou algum alívio de sanções ao programa nuclear do Irão, enquanto as potências mundiais e a República Islâmica continuam as negociações com o objetivo de salvar o acordo.

"Levantar algumas sanções de maneira real e objetiva pode ser interpretado como a boa vontade de que os americanos falam", disse o ministro das Relações Exteriores.

O secretário de Estado norte-americano Antony Blinken assinou várias isenções de sanções relacionadas com as atividades nucleares civis do Irão.

A medida reverte a decisão do Governo Trump de rescindi-las e ocorre quando os negociadores dos Estados Unidos regressam a Viena para o que poderia ser uma sessão de 'tudo ou nada'.

As isenções visam, em última análise, atrair o Irão de volta ao acordo de 2015 que vem violado desde que o ex-presidente Donald Trump se retirou do acordo em 2018 e reimpôs sanções dos Estados Unidos.

A curto prazo, as últimas decisões vão isentar países e empresas estrangeiras que trabalham no setor nuclear civil do Irão das penalidades americanas.

O Irão distanciou-se gradualmente dos termos do acordo nuclear com as potências mundiais depois de os Estados Unidos se retirarem. O Irão exigiu a restauração de todo o alívio de sanções prometido sob o acordo antes de regressar ao seu cumprimento.

"Boa vontade, do nosso ponto de vista, significa que algo tangível acontece no terreno", disse Amirabdollahian.

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