
A câmara baixa teve hoje até três votações para eleger o novo presidente, considerado o terceiro cargo na hierarquia do Estado, mas nenhum nome alcançou a maioria de dois terços necessária no hemiciclo.
A quarta votação, agendada para esta sexta-feira às 10:30 (09:30 em Lisboa), necessitará apenas de maioria absoluta, ou seja, terá um quórum viável para a coligação de direita vencedora das eleições gerais de 25 de setembro, formada por Salvini, o conservador Silvio Berlusconi e a extrema-direita Giorgia Meloni.
Meloni, líder dos Irmãos de Itália, a mais votada com 26% e que será presumivelmente a próxima primeira-ministra, conseguiu eleger hoje o seu braço direito, Ignazio La Russa, como presidente do Senado.
Salvini defende agora que alguém do seu partido deve presidir a Câmara dos Deputados e, para essa responsabilidade, nomeou Fontana, de 42 anos, ex-vice-presidente daquela mesma instituição e ex-ministro da Família (2018-2019) e dos Assuntos Europeus (2019).
Inicialmente foi noticiado que o líder da Liga iria propor o seu fiel braço direito, Riccardo Molinari, mas Salvini solicitou que este continuasse como porta-voz parlamentar do partido.
Meloni ainda estuda a formação do seu futuro governo, que deverá integrar os partidos de sua própria coligação, os de Salvini e Berlusconi, embora este último reclame sobre a distribuição de poder entre os aliados.
De resto, os seus senadores não apoiaram a eleição de La Russa.
Enquanto Meloni garantiu o controlo do Senado e Salvini aspira assumir a Câmara dos Deputados, Berlusconi ficou excluído desta distribuição, apesar de ter quase os mesmos votos que a Liga, em torno dos 8%.
A formação oficial das duas câmaras do Parlamento, o Senado e a Câmara dos Deputados, antecede a ronda de consultas para formar o Governo, que será liderada pelo chefe de Estado, Sergio Mattarella.
Matteo Salvini, indicou hoje que o seu partido está preparado para participar num novo Governo liderado pelos Irmãos de Itália de Giorgia Meloni, segundo indicaram fontes do Conselho federal da força política.
A líder dos Irmãos de Itália, que deverá tornar-se na primeira mulher a chefiar um Governo em Itália, tem repetido que o novo executivo será integrado por figuras muito competentes, admitindo-se que alguns provenham da área dos tecnocratas.
A crise energética, o aumento do custo de vida, o combate à inflação e a perspetiva de uma recessão deverão estar no centro das prioridades de Meloni, a par da aplicação das reformas com base no plano de recuperação pós-covid-19 e no contínuo apoio da Itália à Ucrânia.
DMC (PCR) // RBF
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