"A nossa história, a história de Portugal, é a história de que fomos grandes quando tivemos inovação", afirmou Marcelo Rebelo de Sousa.

O chefe de Estado falava na Imprensa Nacional-Casa da Moeda, em Lisboa, no final da cerimónia de entrega do prémio de apoio à inovação IN3+, em que disse ter participado porque "em boa hora o senhor primeiro-ministro insistiu".

Perante António Costa, um dia depois de ter promulgado três diplomas do parlamento sobre apoios sociais que o Governo alega violarem a chamada "lei-travão", Marcelo Rebelo de Sousa assinalou que "há muito poucas cerimónias em que estejam juntos o primeiro-ministro e o Presidente da República".

"Porque têm naturalmente tarefas complexas entre mãos e porque o protocolo do Estado é muito esquisito, é como é. Uma delas é o 10 de junho. Esta é outra dessas cerimónias. E há um paralelo curioso entre as duas realidades", prosseguiu, considerando que ambas conjugam "celebração do passado e projeção para o futuro".

Relativamente à Imprensa Nacional-Casa da Moeda, o Presidente da República falou num "passado notável", embora concordando com a observação do primeiro-ministro de que também houve resistência à mudança nesta instituição.

"Em boa hora o senhor primeiro-ministro teve aí um papel fundamental, permitiu um salto tecnológico que não parecia fácil de dar", elogiou.

Segundo Marcelo Rebelo de Sousa, houve nesta instituição "uma tensão entre a inércia e a inovação", com "séculos de inércia" e "séculos de progresso".

Partindo desta ideia, o Presidente da República defendeu que Portugal foi grande quando a inovação venceu a inércia e que as sociedades mais avançadas, "as vencedoras", são as que "lideram pelo conhecimento".

O chefe de Estado apontou o prémio IN3+ da Imprensa Nacional-Casa da Moeda, no valor de "mais de um milhão de euros", como sinal de que "Portugal já mudou na ciência, Portugal já mudou na inovação", mas de que "a ciência e a inovação em Portugal têm existido pelo papel essencial do Estado e da iniciativa pública".

"É um desafio ao resto da sociedade portuguesa. Nós só atingiremos as metas de investimento global em inovação, conhecimento, ciência, tecnologia se outros setores da sociedade portuguesa corresponderem àquilo que o Estado está a fazer, àquilo que esta instituição está a fazer: se o mecenato for mais longe, se as fundações forem mais longe, em vez de definharem, progredir, em vez de ficarem tacanhas na sua visão de futuro, ousarem", apelou.

"O que temos pela frente nos próximos anos é continuar uma viragem que já se iniciou e acelerá-la", reforçou.

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