O relatório, elaborado pelo Escritório Conjunto da ONU para os Direitos Humanos (UNJHRO, na sigla em inglês), expõe a situação dos direitos humanos em Masisi e Lubero, onde "grupos armados mantiveram a sua presença em partes importantes desses dois territórios".

No período considerado, "os grupos armados foram responsáveis por pelo menos 2.045 abusos dos direitos humanos: 1.362 em Masisi e 683 em Lubero. Pelo menos 455 civis foram vítimas de execuções sumárias (315 homens, 92 mulheres e 48 crianças)", lê-se no documento.

"As forças de defesa e segurança foram responsáveis por pelo menos 793 violações dos direitos humanos, incluindo 218 em Masisi e 575 em Lubero. Pelo menos 95 civis foram vítimas de execuções extrajudiciais. (72 homens, 12 mulheres e 11 crianças)", revela ainda o relatório.

As violações e ataques registados "têm origem nos conflitos intercomunitários relacionados com a posse de terra, a exploração dos recursos naturais e a fragilidade, ou mesmo a ausência de serviços do Estado nessas regiões", destaca o documento.

Ao contrário da violência em Beni (Kivu do Norte) e Irumu (província de Ituri, no nordeste), onde grupos armados atacam civis, em Lubero e Masisi "grupos armados formados em bases comunitárias ou tribais confrontam-se entre si", afirmou Abdoul Aziz Thioye, diretor do UNJHRO na RDCongo, citado pela agência noticiosa francesa AFP.

O leste da RDCongo é cenário de atos de violência há mais de 25 anos devido à presença de vários grupos armados, locais e estrangeiros.

Apesar das operações militares realizadas nessa parcela do país, a ação dos grupos armados permanece ativa.

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