Numa conferência de imprensa conjunta com os presidentes do Conselho Europeu, Charles Michel, e da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, imediatamente após os 27 terem concordado em atribuir o estatuto de países candidatos à Ucrânia e Moldova, Emmanuel Macron, que preside até ao final do corrente mês à presidência rotativa do Conselho da União Europeia (UE), sublinhou "a importância deste momento histórico no atual contexto, o desta guerra decidida pela Rússia em solo ucraniano".

"A mensagem que hoje enviamos de forma muito clara é muito forte e coerente com aquilo que a nossa Europa soube fazer desde o primeiro dia do conflito: reagir de forma rápida, histórica e unida", disse, recordando "a adoção de sanções, o apoio macroeconómico e militar à Ucrânia e, agora, por este gesto político".

"Hoje é uma perspetiva europeia que reconhecemos à Ucrânia, Moldova e à Geórgia. É uma mensagem muito forte para a Rússia, no atual contexto", considerou.

Por seu lado, Von der Leyen considerou que a decisão hoje tomada pelo Conselho Europeu "fortalece todos", a começar pela Ucrânia, Moldova e Geórgia, que enfrentam "o imperialismo russo", mas também a UE, que "mostra uma vez mais ao mundo" a sua união face a ameaças externas.

A decisão dos chefes de Estado e de Governo ocorre menos de uma semana depois de a Comissão Europeia ter adotado recomendações no sentido de ser concedido o estatuto de países candidatos à adesão à Ucrânia e Moldova e dada "perspetiva europeia" à Geórgia, parecer também hoje adotado pelos 27.

Os três países solicitaram a adesão já depois de a Rússia ter invadido a Ucrânia, em 24 de fevereiro, tendo Kiev sido a primeira capital a fazê-lo, quatro dias a seguir ao início da ofensiva, enquanto Moldova e Geórgia apresentaram as suas candidaturas em março.

As atenções estavam inevitavelmente centradas na decisão sobre a Ucrânia, e a concessão do estatuto de candidato já era considerado um dado adquirido sobretudo desde que, há precisamente uma semana, os líderes das três maiores economias da União -- o chanceler alemão Olaf Scholz, o primeiro-ministro italiano Mario Draghi e Emmanuel Macron -- se deslocaram a Kiev para expressar em conjunto o seu apoio à concessão do estatuto com efeito "imediato".

"Nesta última semana foram dados passos de gigante", comentou ainda Emmanuel Macron, congratulando-se por ter sido possível a unanimidade no Conselho Europeu.

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