No final de uma cimeira da UE em Bruxelas, Emmanuel Macron disse ter tido uma "troca franca, direta e rápida" com Vladimir Putin na quinta-feira, tendo exigido "o fim dos combates o mais depressa possível" e pedido ao Presidente russo "que discuta" com o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.

"Penso que é minha responsabilidade (...) condenar, enquanto sanciono, enquanto continuo a agir, deixar este caminho aberto para que no dia em que as condições possam ser cumpridas, possamos obter uma cessação das hostilidades", explicou.

Contudo, o Presidente francês, que nas últimas semanas multiplicou as iniciativas diplomáticas, lamentou a "duplicidade" do Kremlin.

Pouco antes da Rússia invadir a Ucrânia, "ainda estávamos a discutir os pormenores da implementação dos acordos de Minsk. Portanto, sim, houve duplicidade, houve uma escolha deliberada e consciente do Presidente Putin para lançar a guerra quando ainda podíamos negociar a paz", salientou.

"Devemos tirar todas as conclusões da escolha do Presidente Putin de destabilizar a história europeia e trazer-nos de volta à lógica do império e do confronto, para desrespeitar todos os princípios que regem o direito internacional", concluiu Macron.

A Rússia lançou na quinta-feira de madrugada uma ofensiva militar em território da Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamento de alvos em várias cidades, que já provocou pelo menos meia centena de mortos, 10 dos quais civis, em território ucraniano, segundo Kiev.

O Presidente russo, Vladimir Putin, disse que a "operação militar especial" na Ucrânia visa "desmilitarizar e desnazificar" o seu vizinho e que era a única maneira de o país se defender, precisando o Kremlin que a ofensiva durará o tempo necessário, dependendo dos seus "resultados" e "relevância".

O ataque foi de imediato condenado pela generalidade da comunidade internacional e motivou reuniões de emergência de vários governos, incluindo o português, e da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), UE e Conselho de Segurança da ONU.

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