"Espero que consigamos aumentar a nossa visibilidade", explicou à agência Lusa Kenneth Lei, presidente da Associação dos Comerciantes de Alimentos e Bebidas de Macau.

"Queremos atrair mais turistas da China de forma a revitalizar a economia de Macau", disse, acrescentando: "Acredito que vai ser uma grande ajuda".

A emissão de vistos a residentes do continente chinês para deslocação à Região Administrativa Especial de Macau foi retomada no dia 23 de setembro.

As entradas na região foram interditas no final de janeiro passado, quando a China colocou sob quarentena grande parte da província de Hubei, admitindo a gravidade do surto do novo coronavírus.

O país asiático foi, no entanto, o primeiro a superar a doença e a retomar a normalidade.

Na Rua de Wangfujing, uma das mais movimentadas da capital chinesa, próximo à Praça Tiananmen, foram montados balcões de informação turística de Macau. Ao longo da rua ergueram-se ainda várias zonas temáticas, incluindo uma dedicada aos produtos dos países de língua portuguesa.

A cerca de 500 metros, Na Rua Leste de Wangfujing, na Praça Norte do Centro de Macau, sob a calçada portuguesa, servem-se gastronomia típica de Macau e petiscos macaenses. Um dos balcões é dedicado aos vinhos portugueses e outro aos pasteis de nata.

Exibindo trajes à vianesa, a Associação de Danças e Cantares Portugueses "Macau no Coração" realiza um espetáculo tradicional do Minho.

"Há muitas [pessoas] que nos visitam e já tiveram em Macau e conhecem [a comida macaense] e outros que [ouviram] através de amigos", explicou à Lusa Ana Manhão, chefe de cozinha macaense.

"Gostam das natas, da cerveja, do chá com leite, que toda a gente conhece", disse.

Ana Manhão admitiu estar "contente" com a abertura das fronteiras de Macau aos turistas do continente, mas também "cautelosa", alertando para a necessidade de medidas de "higiene e proteção" contra a doença.

Nos primeiros oito meses do ano, entraram em Macau 3.570.019 visitantes, uma diminuição de mais de 87%, face ao mesmo período do ano anterior.

"O bom é que tivemos de novo a nossa Macau calminha", disse. "Mas para os negócios foram mais prejuízos do que lucros", apontou.

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