
A intervenção no espaço em Coloane, que tem uma zona de proteção de mais de 18 mil metros quadrados, contempla zonas de restauração, atividades ao ar livre e de exposições, bem como para acolher eventos ligados às indústrias culturais e criativas do território.
A presidente do Instituto Cultural não disse para quando estava previsto o início da intervenção, mas indicou que o investimento será de cerca de 42 milhões de patacas (4,9 milhões de euros), citada pela TDM - Rádio Macau.
Construídos a partir da década de 1950, os estaleiros "apresentam técnicas e métodos relacionados com a construção naval no final do século XX, revelando igualmente a organização e o modo de vida da comunidade da vila de Lai Chi Vun", de acordo com as autoridades.
O mau estado de conservação e "risco para a segurança pública" daquele espaço parcialmente devoluto exigia uma ação urgente, segundo as autoridades, que procederam à sua classificação.
Atualmente, existem 12 estaleiros em Lai Chi Vun, de onde o último barco saiu há mais de uma década.
Dois foram demolidos, em março de 2017, por "razões de segurança", e um outro ficou destruído em agosto do mesmo ano durante a passagem de um tufão.
Hoje também, o Conselho do Património Cultural anunciou alterações ao projeto de um dos edifícios contestados por obstruírem o corredor visual do Farol da Guia, património que marca a influência portuguesa no território.
As autoridades anunciaram que "os proprietários introduziram alterações ao projeto do edifício (...) que poderão contribuir visualmente para efeitos de transparência e redução da volumetria, satisfazendo assim as exigências da (...) UNESCO".
A construção destes e de outros edifícios já tinham motivado uma queixa à Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) por parte do Grupo para a Salvaguarda do Farol da Guia.
A associação defendia que a altura do edifício inacabado na Calçada do Gaio devia "ser reduzida para 52,5 metros, (...) um compromisso assumido pelos governos da China e da RAEM [Região Administrativa Especial de Macau] com a comunidade internacional e os cidadãos".
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