O resultado, divulgado na noite de quarta-feira num comunicado enviado ao mercado, foi impulsionado pelo bom desempenho financeiro do segundo trimestre, quando a gigante da eletricidade alcançou um lucro líquido de 2.530 milhões de reais (410 milhões de euros), um crescimento de 439% em comparação o período homologo do ano passado.

A companhia, controlada pelo Estado, mas em processo de privatização, declarou que os dados do segundo trimestre refletem os bons resultados do setor de transmissão, a melhoria na geração, o aumento de receitas a curto prazo e uma maior comercialização de energia oriunda de importação do Paraguai.

Assim, entre abril e junho, a receita operacional líquida da Eletrobras cresceu 49%, para 7.959 milhões de reais (1,29 mil milhões de euros) na comparação interanual.

No semestre, a faturação somou 16.168 milhões de reais (2,63 mil milhões de euros), o que representa um aumento de 25% frente aos primeiros seis meses de 2020.

Já o lucro operacional bruto (Ebitda) cresceu 31% no primeiro semestre e chegou a 7.134 milhões de reais (1,16 mil milhões de euros), enquanto que apenas no segundo trimestre foi de 3.276 milhões de reais (530 milhões de euros), 64% a mais face ao mesmo trimestre do ano passado.

A Eletrobras informou ainda que as vendas de energia caíram 3,5% até junho, ao mesmo tempo que os investimentos da maior geradora de energia elétrica da América Latina aumentaram 112% no mesmo período e chegaram a 1.502 milhões de reais (240 milhões de euros).

Da mesma forma, a dívida líquida recorrente encerrou em junho nos 16.928 milhões de reais (2,75 mil milhões de euros).

Ao final do primeiro semestre, a Eletrobras contava com 12.182 funcionários, uma redução de 3% em relação aos 12.552 que possuía no final de junho de 2020.

A Eletrobras, controlada pelo Governo brasileiro mas com ações negociadas na Bolsa de Valores de São Paulo, é responsável por 43% das linhas de transmissão do país, com uma extensão somada de 76.230 quilómetros, e conta com uma capacidade instalada de geração de 50.676 megawatts (MW), equivalente a 29% da produção brasileira.

Em julho passado, o Congresso aprovou um projeto que prevê a privatização da empresa de energia, cuja capitalização será a maior da história do país e poderá render ao Estado cerca de 100.000 milhões de reais (16,24 mil milhões de euros).

Pelos cálculos do Governo, a primeira fase do processo de privatização da empresa poderá ser concluída em fevereiro de 2022.

MYMM // PJA

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