"Acho que no curto prazo não vamos [avançar], até pelas prioridades que estão aqui definidas eu penso que os senhores já perceberam a coisa", disse Raimundo do Rosário aos jornalistas, à margem de uma apresentação do Plano Diretor de Macau (PDM).
"Neste plano não está. Eu penso que é muito difícil fazer o metro dentro de Macau, acho que é do domínio do óbvio", acrescentou.
Num momento em que a linha da Taipa está a funcionar, que foi anunciada a ligação a Hengqin (para ligar à rede ferroviária de alta velocidade da China), em que foram já abertas propostas para a linha de Seac Pai Van, que a linha este está em consulta pública e em curso a obra de ligação da ilha da Taipa à Barra, Raimundo do Rosário salientou que "está vista qual é a prioridade do Governo ou pelo menos a prioridade dos próximos tempos do Governo".
O governante, contudo, lembrou que o PDM prevê que o plano seja revisto de cinco em cinco anos e que, nessa altura, o entendimento até pode ser outro.
A primeira linha, prometida há mais de uma década, serve a ilha da Taipa desde dezembro, tem 11 estações e custou 10,2 mil milhões de patacas (1,08 mil milhões de euros).
A consulta pública sobre a Linha Leste do metro ligeiro já tinha sido definida pelo Governo como um dos trabalhos prioritários das Linhas de Ação Governativa (LAG) deste ano.
Questionado sobre o prazo e preço da empreitada mais mediática que consta também do PDM, o troço leste do metro ligeiro que ligará a ilha da Taipa e as Portas do Cerco, o secretário para os Transportes e Obras Públicas admitiu hoje aos deputados que não conseguia responder por não ter informação suficiente, mas que pretendia avançar brevemente com a adjudicação.
Um ponto importante para os deputados, já que a obra do metro ligeiro sofreu significativas derrapagens financeiras, bem como nos prazos de execução.
A nova linha de metro ligeiro, de 7,65 quilómetros de extensão, prevê seis estações entre a zona norte da península e a ilha da Taipa, ligando a fronteira com a China continental à zona que serve o aeroporto e o terminal marítimo em cerca de 15 minutos, onde já existe uma linha, inaugurada no final de 2019.
Já a extensão do metro até à Barra, no sul da península de Macau, deverá estar pronta até 2023, com a ligação feita no piso inferior da ponte Sai Van.
Hoje procedeu-se à abertura de propostas da linha Seac Pai Van.
Todas as propostas foram admitidas, variando entre 896 milhões de patacas (95 milhões de euros) e mais de 975 milhões de patacas (103,3 milhões de euros), com os prazos de execução entre os 490 e 820 dias de trabalho. O início da empreitada da linha de 1,6 quilómetros de extensão está previsto para o final deste ano.
JMC // VM
Lusa/Fim