
Em comunicado, o IPC refere que este projeto arrancou nas comemorações do mês da língua materna, em fevereiro, mas que devido à "forte procura" dos turistas foi agora alargado, com as aulas de crioulo a terem lugar semanalmente, naquele museu.
"É a única iniciativa institucional de ensino do crioulo na ilha do Sal, permitindo para além da aprendizagem da língua materna cabo-verdiana, um melhor conhecimento da cultura nacional no seu sentido mais abrangente", refere o IPC, tutelado pelo Ministério da Cultura e das Indústrias Criativas.
O IPC refere que "tem sido o foco" daquele ministério "trabalhar na valorização da língua cabo-verdiana enquanto património, nas suas diferentes variedades, na medida em que esta tem sido um veículo de transmissão e promoção da identidade cultural" do país.
As sessões do ensino da língua materna cabo-verdiana são destinadas sobretudo a turistas estrangeiros residentes no Sal, a mais turística de Cabo Verde, "que queiram aprender e conhecer melhor a cultura nacional em uma necessidade de aprender a língua", mas também aos cidadãos nacionais "que queiram conhecer as regras da escrita e outras variantes", refere o IPC.
Cabo Verde tem assistido nos últimos meses a uma forte reivindicação pública, inclusive através de uma petição assinada por dezenas de personalidades cabo-verdianas, para elevação do crioulo a língua oficial.
A Constituição da República de Cabo Verde define o português como única língua oficial, mas também prevê que o Estado deve "promover as condições para a oficialização da língua materna cabo-verdiana, em paridade com a língua portuguesa".
A promoção da língua materna é um dos grandes desígnios assumidos pelo Presidente da República, José Maria Neves, que no seu discurso de tomada de posse, em 09 de novembro de 2021, alternou entre crioulo e português.
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