"Vocês têm muita experiência a transmitir aos mais jovens, se há uma coisa que o combatente conhece é combater o inimigo", afirmou Fernando Faustino.

Faustino falava hoje num encontro com veteranos da luta contra o colonialismo português, na sede do distrito de Mueda, província de Cabo Delgado, norte do país.

Depois de terem combatido durante dez anos contra o colonialismo português e na guerra civil de 16 anos, os antigos combatentes têm agora a missão de apoiar as Forças de Defesa e Segurança (FDS) na luta contra os grupos armados que protagonizam ataques na região norte, acrescentou.

"A vossa missão agora é acabar com os bandidos que andam a incomodar esta zona", enfatizou o secretário-geral da ACLLIN, referindo-se aos grupos armados que protagonizam ataques na região.

Apesar de o Governo moçambicano nunca ter admitido de forma expressa, vários órgãos de comunicação social moçambicanos, incluindo os do setor público, relataram inúmeras vezes a participação de veteranos da guerra anticolonial no combate aos grupos armados que atacam a província de Cabo Delgado, desde 2017.

Os veteranos têm sido descritos como "força local" e tem-lhes sido atribuído mérito na proteção de várias aldeias das zonas assoladas pelo conflito.

Grupos armados aterrorizam a província de Cabo Delgado desde 2017, sendo alguns ataques reclamados pelo grupo Estado Islâmico. Há mais de 2.800 mortes, segundo o projeto de registo de conflitos ACLED, e 732.000 deslocados, de acordo com as Nações Unidas.

 

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