"O meu objetivo principal é unir os são-tomenses", disse o antigo militante da Ação Democrática Independente (ADI) que também exerceu várias funções na administração pública, entre as quais diretor da Empresa de Água e Eletricidade (Emae).

Júlio Silva fez a apresentação da sua candidatura na cidade de Angolares, capital do Distrito de Caué, 44 quilómetros a sul da ilha de São Tomé onde há cerca de três anos criou uma organização política, o Movimento de Cidadãos Independentes (MCI) que elegeu dois deputados.

"Outra coisa que eu defendo é que encaremos de uma vez por todas a questão da verdade e da reconciliação. Não podemos ter um país em que o facto de alguém pertencer a um partido político que não está no poder já constitui arma contra a sua sobrevivência", explicou.

Numa carta divulgada momentos antes do anúncio da sua candidatura, Júlio Silva diz que o seu desejo de concorrer às presidenciais foi "espontâneo, aberto e inclusivo, com uma marca de forte renovação da capacidade de diálogo intergeracional".

"O país não pertence aos partidos políticos, o país pertence aos são-tomenses e as eleições são, sobretudo, para escolher quem dirige, quem governa e governar não significa que eu tenho posse e poder de fazer do país aquilo que eu quero", refere na missiva.

"Vamos apostar no diálogo e na união de todos os são-tomenses e protagonistas políticos, promovendo novas abordagens e estilos políticos, que permitam reaproximar os eleitos dos eleitores", acrescenta Júlio Silva.

O candidato garante que, caso seja eleito, vai acabar com as "assimetrias" no país, explicando que se, por um lado, há um desenvolvimento a grande velocidade no Distrito de Água Grande (capital), existem também "regiões no interior onde não há água, não energia e saneamento básico".

O MLSTP anunciou que apoiará a candidatura do antigo primeiro-ministro Guilherme Pósser da Costa, mas alguns militantes do partido já manifestaram a intenção de avançar com candidaturas independentes às eleições de 18 de julho, nomeadamente a antiga primeira-ministra e candidata nas presidenciais de 2016 Maria das Neves, o antigo líder social-democrata Jorge Amado, a ex-ministra dos Negócios Estrangeiros do atual Governo Elsa Pinto e o coronel na reserva Victor Monteiro.

O maior partido da oposição, Ação Democrática Independente (ADI) anunciou o seu apoio à candidatura de Carlos Vila Nova, antigo ministro das Obras Públicas do anterior executivo, chefiado por Patrice Trovoada (2014-2018).

O Presidente, Evaristo Carvalho, foi apoiado pela ADI em 2016 e está a terminar o primeiro mandato.

MYB // VAM

Lusa/fim