
Ho Iat Seng, antigo membro do comité permanente da APN, órgão legislativo chinês, tomou posse como chefe de Governo em 20 dezembro de 2019, pouco antes de o mundo saber dos primeiros casos de uma pneumonia viral, mais tarde designada covid-19.
O abrandamento económico chinês, decorrente da pandemia, deverá estar em foco nas "duas sessões": a sessão da APN decorre em paralelo com a sessão da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês (CCPPC), principal órgão consultivo político da China.
Macau, que tem seguido a política de Pequim de zero casos de covid-19, registou 82 infeções, desde o início da pandemia, impõe quarentenas que podem chegar a 28 dias, mantendo a fronteira fechada a não residentes, à exceção daqueles oriundos da China.
O contexto pandémico e as políticas rigorosas adotadas pela região tiveram um impacto negativo no turismo e no jogo, pilares da economia da região, que recebeu 7,7 milhões de visitantes em 2021, um valor muito abaixo dos quase 40 milhões registados em 2019.
A taxa de desemprego no território, em 2021, subiu 0,4 pontos percentuais para 2,9%, que apesar de ser um valor reduzido é o mais alto desde 2009, quando o desemprego se fixou em 3,5%.
É improvável que a China abandone a política de "tolerância zero" à covid-19. Mas os legisladores em Pequim podem exigir medidas menos drásticas, à medida que o resto do mundo se sente mais confortável em viver com o vírus.
"Esperamos que a China exorte os governos locais a abolirem as restrições excessivas, de forma a mitigar o impacto negativo sobre o crescimento, especialmente para o consumo, atividades de serviços e negócios das Pequenas e Médias Empresas", apontaram analistas da UBS, empresa de serviços financeiros com sede na Suíça, numa nota.
As reuniões em Pequim coincidem com a invasão da Ucrânia pela Rússia, que fez aumentar os preços do petróleo e a incerteza sobre uma recuperação global da pandemia de coronavírus.
Macau não vai ficar imune a este momento, reagiu recentemente o líder máximo da região administrativa especial. "O aumento do preço do petróleo afetará certamente a nossa inflação", disse Ho Iat Seng, citado pela TDM--Canal Macau à margem de um evento local.
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