
A votação na Austrália, segundo dados provisórios, ficou marcada por uma elevada abstenção, de 76,53%, num ato eleitoral em que alguns eleitores choraram, como explicou a embaixadora timorense na Austrália, Inês Almeida.
Dados preliminares a que a Lusa teve acesso junto das autoridades diplomáticas e consulares timorenses na Austrália confirmam uma elevada abstenção, com apenas 350 votos expressos, num universo de 1.487 eleitores.
Milena Pires foi a terceira mais votada, com 57 votos ou 16,38%, à frente de Lere Anan Timur com 14 votos e 4,01%.
Inês Almeida, embaixadora de Timor-Leste em Camberra, e que esteve destacada no centro e votação em Melbourne, relatou à Lusa que o ato eleitoral ficou marcado por momentos de grande emoção, com eleitores que não conseguiram votar, por vários motivos, a chorar.
"Tivemos vários eleitores a chorar. Um senhor, já de idade, que estava aqui recenseado, mas depois foi a Timor-Leste em 2017 e 2018, ficou atualizado nos cadernos lá, mas, entretanto, voltou. Como não houve atualização dos cadernos aqui, não pode votar e começou a chorar", contou.
Inês Almeida explicou à Lusa que também se registou "grande emoção" entre trabalhadores sazonais que estão na Austrália e não estão ali recenseados e que se deslocaram aos centros de votação, lamentando não poder votar.
"Pelo menos assistiram à votação", disse.
"Porém, apelo às autoridades eleitorais para que tudo isto seja revisto. Porque a vontade de votar não falta aos timorenses. Temos é que rever os métodos de votação, para que mais pessoas possam votar", considerou.
A contagem está agora a decorrer em Timor-Leste.
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