Dois palestinianos, um deles o jornalista Hassan Aslih, foram mortos pelo exército israelita num ataque, esta terça-feira, de madrugada no Hospital Nasser em Khan Yunis, no sul de Gaza, segundo fonte do Ministério da Saúde do enclave.

"O exército israelita bombardeou a ala cirúrgica do Hospital Nasser em Khan Younis na manhã de terça-feira [hoje] e matou o jornalista Hassan Aslih, que trabalhava para várias organizações e agências locais e árabes", disse o porta-voz da Defesa Civil, Mahmoud Baçal.

O gabinete de imprensa do Governo do Hamas, o movimento que tomou o poder pela força em Gaza em 2007, acusou Israel de "assassinar" o jornalista Hassan Aslih, que seria o diretor da agência de notícias palestiniana Alam24.

O diretor-geral do serviço de imprensa, Ismail al-Thawabtah, disse que Hassan Aslih estava a ser tratado na unidade depois de ter sido ferido a 07 de abril num ataque israelita contra uma tenda próxima utilizada pelos jornalistas.

"Foi morto pela ocupação israelita num bombardeamento direcionado enquanto recebia tratamento no Complexo Médico Nasser. Tinha sido ferido numa tentativa de assassinato anterior", informou o Gabinete de Imprensa do Governo de Gaza.

Governo denuncia 215 jornalistas mortos desde início da ofensiva israelita

O governo de Gaza elevou para 215 o número de jornalistas mortos em ataques israelitas desde outubro de 2023, quando a ofensiva começou.

Esta contagem inclui jornalistas, influenciadores e outros criadores de conteúdos e não faz distinção se morreram em serviço ou não.

Em abril, depois de atacar a tenda que albergava 11 jornalistas, Israel justificou o bombardeamento alegando que Aslih, a quem acusaram de pertencer à Brigada Khan Yunis do Hamas, estava no interior.

As autoridades de saúde indicaram que a segunda pessoa morta no ataque, além de Aslih, era um homem identificado como Ahmed Al Qedra.

No entanto, fontes de Gaza referiram que Al Qedra fazia parte da Unidade de Narcóticos da Polícia de Gaza, pelo que não se enquadra no perfil relatado por Israel, e o Departamento de Saúde de Gaza não registou mais nenhuma morte.

Na quarta-feira, a imprensa palestiniana noticiou que a casa da família Al Qedra, em Khan Yunis, tinha sido bombardeada, resultando num número indeterminado de mortes.