Joaquim Chissano falava aos jornalistas, à margem das cerimónias centrais de comemoração do Dia das Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM), que se assinala hoje no país.

"Os atuais jovens das FADM devem ter a sua própria motivação [depois de ultrapassada a motivação da luta pela independência nacional], a grande motivação deve ser a luta contra o terrorismo", referiu Chissano.

O ex-chefe de Estado (1986-2005) observou que o terrorismo atua de forma indiscriminada, destrói bens e atrasa o desenvolvimento social e económico.

"Os jovens moçambicanos que estão na frente do combate contra o terrorismo não estão a combater a favor de um chefe de Estado, ministro ou comandante militar, estão a combater em prol da sua própria vida e do sossego do seu povo, incluindo da sua família", sublinhou Joaquim Chissano.

Cabo Delgado é a província costeira mais a norte de Moçambique, local dos megaprojetos de exploração de gás natural e que enfrenta uma crise humanitária com mais de mil mortos e 300.000 deslocados internos - resultado de três anos de conflito armado entre as forças moçambicanas e rebeldes, cujos ataques já foram reivindicados pelo grupo 'jihadista' Estado Islâmico, mas cuja origem continua por esclarecer.

O dia das FADM homenageia os então jovens combatentes da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), atual partido no poder, que em 25 de setembro de 1964 lançaram a guerra de libertação nacional contra o colonialismo português.

A guerra durou dez anos até à proclamação da independência nacional em 25 de junho de 1975.

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