
Eduardo Leite, governador do estado brasileiro de Rio Grande do Sul e pré-candidato à presidência pelo Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), decidiu falar sobre a sua sexualidade no programa Conversa com Bial, 'talk show' exibido pela Rede Globo, maior emissora de televisão do país.
A notícia agitou a esfera política brasileira porque Leite deve concorrer nas primárias internas do PSDB para as eleições presidenciais de 2022 e se apresenta como opção de centro na eleição já polarizada entre Jair Bolsonaro e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
"Aquele cara [Eduardo Leite] está acreditando que é o máximo... Bateu no peito, [e disse:] 'eu assumi'. É o cartão de visita de sua candidatura", afirmou Bolsonaro, em conversa com apoiantes no Palácio da Alvorada, onde reside, referindo-se ao primeiro pré-candidato presidencial que assume ser homossexual na história do Brasil.
"Ninguém tem nada contra a vida privada de ninguém. Agora, querendo impor seus costumes, seus comportamentos aos outros, não", acrescentou Jair Bolsonaro, que no passado foi criticado por comentários homofóbicos e misóginos.
Leite é um importante dirigente regional do PSDB e tem uma importante força eleitoral em vários estados populosos do Brasil, como São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e o próprio Rio Grande do Sul.
A candidatura do PSDB é objeto de acirradas disputas internas que serão resolvidas nas primárias convocadas pelo partido em novembro e que serão disputadas por até quatro candidatos, entre os quais Leite.
Embora o principal candidato do PSDB seja João Doria, governador de São Paulo - o estado mais rico e populoso do Brasil, com cerca de 46 milhões de habitantes -, o líder 'paulista' não tem apoio unânime no partido.
Bolsonaro, cuja popularidade esta no pior nível, aspira à reeleição, mas Lula da Silva, que seria seu principal rival, lidera as sondagens eleitorais com 49% das intenções de voto, mais do que o dobro do atual Presidente que tem apenas 23% de intenções de voto.
O Presidente brasileiro e partidos de centro que o apoiam, porém, apostam no avanço da vacinação contra a covid-19 e numa recuperação da economia brasileira em 2022 para recuperar popularidade e obter a reeleição.
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